O Peru mergulhou num caos sem precedentes. A presidente Dina Boluarte, que já vinha enfrentando tempestades políticas desde que assumiu o cargo, acabou sendo literalmente expulsa do poder pelo Congresso. E olha que a situação estava tão feia que até seus próprios aliados pularam do barco.
Não foi uma decisão tranquila, longe disso. O plenário aprovou a vacância presidencial por 67 votos a favor — um número que fala por si só sobre o isolamento completo de Boluarte. A justificativa? "Incapacidade moral permanente". Soa familiar? Pois é, a mesma que derrubou Pedro Castillo em 2022.
O Estopim da Violência
Enquanto os políticos discutiam em Lima, as ruas pegavam fogo. Literalmente. A queima de um terminal de ônibus em Arequipa foi só a cereja do bolo de uma série de ataques que deixaram o país em estado de choque.
Pensa numa situação tensa: manifestantes invadindo propriedades privadas, bloqueando estradas estratégicas, confrontos com a polícia que lembravam cenas de guerra civil. A coisa degringolou de vez quando um grupo tentou tomar o aeroporto de Arequipa — um dos mais importantes do país.
O Preço em Vidas Humanas
Aqui é que a situação fica realmente pesada. Segundo a Defensoria del Pueblo, esses protestos recentes custaram a vida de seis pessoas. Seis histórias interrompidas pela fúria política.
E não para por aí — outras 33 ficaram feridas, algumas em estado grave. Os hospitais peruanos, que já não são lá essas maravilhas, ficaram sobrecarregados com o fluxo de vítimas.
O Que Levou a Isso Tudo?
Boluarte herdou um país dividido quando assumiu após a queda de Castillo. Mas em vez de apaziguar ânimos, sua gestão só fez piorar as coisas. A gota d'água? Uma série de reformas polêmicas que o povo simplesmente não engoliu.
Os peruanos foram para as ruas exigindo eleições antecipadas, mas a resposta do governo foi — pasmem — mais repressão. Um verdadeiro tiro no pé, se me perguntam.
O Congresso, vendo o barco afundar, decidiu que era hora de mudar o capitão. A questão é: será que não é tarde demais?
E Agora, José?
Com Boluarte fora do jogo, assume temporariamente o vice-presidente do Congresso, José Williams. Mas convenhamos: ele pega o país na pior fase possível.
As instituições peruanas estão desgastadas, a economia patinando, e a população completamente descrente da classe política. Resta saber se Williams será capaz de acalmar os ânimos ou se é só mais um passageiro nesse trem desgovernado.
Uma coisa é certa: o Peru vive seu momento mais delicado desde os tempos sombrios do Sendero Luminoso. E o mundo observa, com certa apreensão, o desenrolar dessa crise que parece longe do fim.
