Peru em Crise: Parlamento Afasta Presidente Martín Vizcarra em Votação Histórica
Peru: Parlamento afasta presidente Vizcarra

O Peru está vivendo mais um daqueles capítulos políticos que deixam todo mundo de cabelo em pé. E olha que não é pouca coisa — o Congresso aprovou hoje, com votação que surpreendeu até os mais céticos, o afastamento do presidente Martín Vizcarra.

Parece que a crise política no país andino resolveu dar mais um capítulo. E que capítulo! A sessão no parlamento foi daquelas que fazem história, com direito a discursos inflamados e uma tensão que dava para cortar com faca.

Os números não mentem

Quando os votos foram contados, o placar falou por si: 87 parlamentares a favor do afastamento, contra apenas 15 que defenderam a permanência de Vizcarra. Uau! Isso representa nada menos que 82% dos votos — uma margem que, convenhamos, não deixa muita margem para dúvidas sobre o sentimento predominante no legislativo.

E tem mais — outros 13 congressistas simplesmente se abstiveram. Ficaram em cima do muro, como se diz popularmente. Uma decisão que, dependendo de como o vento soprar, pode custar caro no futuro.

O que levou a isso tudo?

Ah, a pergunta de um milhão de dólares! A acusação central que pesa sobre Vizcarra é pesada: supostamente ele teria recebido propina de empresas construtoras quando ainda era governador de Moquegua, entre 2011 e 2014. Valores que, segundo as investigações, ultrapassariam a marca de 2,3 milhões de soles — algo em torno de R$ 3 milhões na cotação atual.

Mas espere, tem mais capítulos nessa novela. A oposição também acusa o presidente de ter interferido nas investigações sobre supostos repasses irregulares para sua campanha em 2017. Uma verdadeira salada de frutas, se me permitem a expressão.

E agora, José?

Com Vizcarra afastado — pelo menos temporariamente — quem assume as rédeas do país? Seguindo a linha sucessória, o vice-presidente Mercedes Aráoz deverá tomar posse. Mas cá entre nós, nesse cenário político conturbado, nada é tão simples quanto parece.

O Peru, é bom lembrar, já viveu situações parecidas antes. Em 2018, o então presidente Pedro Pablo Kuczynski também enfrentou um processo de impeachment — e renunciou antes que o pior acontecesse. Vizcarra, na época vice, herdou o cargo. Ironia do destino, não?

O que me deixa pensando é: será que o país consegue encontrar estabilidade política depois de tantos abalos? A população, coitada, deve estar cansada de tanta turbulência.

Reações que falam mais que mil palavras

Do lado de Vizcarra, a defesa foi ferrenha. Seus advogados argumentaram que as acusações são "infundadas" e "politicamente motivadas". Alegaram também — e isso é importante — que não há novas provas desde a última vez que o Congresso rejeitou um pedido de impeachment, em maio.

Mas a oposição, claro, vê as coisas de forma bem diferente. Para eles, as investigações avançaram e novas informações surgiram — informações suficientemente graves para justificar a medida drástica.

Enquanto isso, nas ruas de Lima e outras cidades peruanas, a população se divide. Uns comemoram o afastamento como uma vitória contra a corrupção. Outros veem a manobra como mais uma jogada política em um jogo de poder que parece não ter fim.

Uma coisa é certa: o Peru está mais uma vez no centro das atenções internacionais. E o desfecho dessa crise — que promete ter ainda vários capítulos — vai definir os rumos do país nos próximos anos.

Fiquem de olho, porque essa história está longe de acabar. E como costuma acontecer na política, quando achamos que já vimos de tudo, sempre surge uma reviravolta que ninguém esperava.