Peru em Colapso Político: Congresso Derruba Dina Boluarte, 7º Presidente em 10 Anos
Peru: 7º presidente em 10 anos com queda de Boluarte

O Peru está vivendo aquilo que muitos já chamam de uma verdadeira montanha-russa política - e dessa vez, Dina Boluarte foi arremessada para fora do vagão. Nesta quinta-feira, o Congresso aprovou a destituição da presidente por "incapacidade moral permanente", um daqueles conceitos jurídicos que, convenhamos, parece ter sido inventado justamente para situações como essa.

E pensar que ela assumiu há menos de dois anos, em dezembro de 2022, após a queda de Pedro Castillo. Agora, o país tem seu sétimo chefe de Estado em apenas uma década. Sete! É como se a presidência peruana tivesse virado um cargo rotativo, algo entre um musical da Broadway e um jogo de cadeira musical onde a música nunca para.

O Voto que Mudou Tudo

A sessão no Congresso foi daquelas que valem a pipoca. Foram horas de debate acalorado, com direito a discursos inflamados e acusações de todos os lados. No final, 67 votos a favor da destituição, 43 contra - e oito abstenções que provavelmente refletiam o cansaço de toda essa instabilidade.

O que pesou na balança? As acusações de que Boluarte recebeu joias de luxo de um empresário investigado - algo que ela nega com unhas e dentes, diga-se de passagem. Mas na política, às vezes as aparências importam mais que os fatos.

E Agora, José?

Com a queda de Boluarte, assume temporariamente o vice-presidente da República - que ironicamente é ninguém menos que o presidente do Congresso, Alejandro Soto. Sim, você leu certo: o mesmo Congresso que derrubou a presidente agora tem um de seus membros no comando.

É uma daquelas reviravoltas que nem os roteiristas de House of Cards ousariam inventar. E o pior? O Peru já está se preparando para novas eleições gerais em abril de 2026, mas será que o país aguenta mais dois anos nesse sobressalto político?

Enquanto isso, nas ruas de Lima e outras cidades, a população parece dividida entre a esperança de mudança e o cansaço de tanto vai e vem. Uma senhora que conversei perto do Palácio do Governo me resumiu bem: "É como trocar seis por meia dúzia, mas a meia dúzia sempre vem com novos problemas".

O certo é que o Peru continua sua dança política peculiar - uma coreografia que, francamente, ninguém parece conseguir acompanhar direito.