
Eis que os Estados Unidos resolvem dar um tiro no pé — ou melhor, nas relações diplomáticas com o Brasil. O ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, não poupou críticas após o cancelamento dos vistos de sua esposa e filha pelo governo norte-americano. A medida, segundo ele, veio como uma espécie de represália, mas sem aviso prévio ou explicação convincente.
"Uma decisão desproporcional e sem fundamento claro", disparou Padilha, com aquele misto de indignação e perplexidade que só quem leva um susto diplomático conhece. O ministro garante que o Itamaraty sequer recebeu uma notificação formal sobre o caso — o que, convenhamos, é no mínimo esquisito para um país que se gaba de protocolos impecáveis.
O que está por trás dessa encrenca?
Pelos bastidores, circulam suspeitas de que a medida estaria ligada às recentes sanções aplicadas pelo Brasil a empresas americanas. Coincidência? Padilha acha difícil acreditar nisso. "Não podemos aceitar que decisões administrativas de um país sejam usadas como moeda de troca", afirmou, com aquele tom de quem não vai engolir sapo quieto.
O caso ganhou contornos ainda mais curiosos quando se descobriu que:
- Os vistos foram cancelados sem justificativa clara
- A família do ministro já havia viajado outras vezes para os EUA sem problemas
- Nenhum outro membro do governo foi afetado — pelo menos por enquanto
Será que alguém em Washington acordou de mau humor? Ou será que tem mais jogo político nisso tudo do que aparenta? Padilha, pelo visto, prefere a segunda opção.
E agora, José?
Enquanto isso, no front diplomático, a situação esquenta. O Itamaraty já sinalizou que pode tomar "medidas apropriadas" — e esse eufemismo, todo mundo sabe, pode significar desde uma nota de repúdio até retaliações mais concretas.
O episódio deixou um gosto amargo nas relações entre os dois países, que vinham numa fase relativamente tranquila. Resta saber se isso vai virar uma tempestade em copo d'água ou o primeiro capítulo de uma novela cheia de reviravoltas.
Uma coisa é certa: quando o assunto é política internacional, até vistos de turismo podem virar peças num tabuleiro muito maior. E o Brasil, parece, não está disposto a ser mero espectador nesse jogo.