União Europeia Ativa Novo Sistema de Fronteiras: Entenda o que Muda para Viajantes
Novo sistema de fronteiras da UE começa a funcionar

Parece que a Europa está finalmente apertando os parafusos na segurança de suas fronteiras. E não é pouco, não. Acabou de entrar em vigor aquele sistema que vinha sendo comentado há tempos nos corredores de Bruxelas — o EES, ou Sistema de Entrada e Saída, para quem prefere o nome completo.

O negócio é simples, mas ao mesmo tempo complexo. Basicamente, todo viajante de fora da União Europeia que passar por um dos países do Espaço Schengen vai ter seus dados coletados de forma digital. E não é só nome e passaporte, não. Estamos falando de biometria — fotos e impressões digitais —, data de entrada, ponto de fronteira usado... uma verdadeira radiografia do movimento migratório.

O que muda na prática para quem viaja

Imagine chegar no aeroporto de Madrid ou no de Roma e, em vez daquela verificação rápida no passaporte, ter que passar por um scanner que registra suas digitais e tira uma foto. É isso aí. O sistema promete — pelo menos na teoria — agilizar o processo para viajantes regulares depois da primeira vez. Mas a estreia pode ser um caos, quem avisa amigo é.

Ah, e tem um detalhe importante: o EES substitui aquele carimbo manual no passaporte que a gente sempre viu. Agora é tudo digital, registrado num banco de dados central que as autoridades de todos os países membros conseguem acessar. Dá um frio na espinha pensar na privacidade, não dá?

E os brasileiros, como ficam?

Pois é, essa é a pergunta que não quer calar. Para nós, brasileiros que adoram uma viagem à Europa, a mudança é significativa. A partir de agora, toda vez que pisarmos em solo europeu, nossos dados biométricos serão coletados e armazenados por três anos. Três anos!

Mas calma, não é o fim do mundo. O sistema tem um lado bom: vai ajudar a identificar quem ultrapassa o tempo de permanência permitido — aqueles 90 dias dentro de um período de 180 que tanto nos confundem. E também promete combater a imigração irregular e o uso de documentos falsos.

O que me preocupa — e muito — é a transição. Implementar um sistema desses em 29 países ao mesmo tempo parece receita para confusão. Imagina a fila nos aeroportos nos primeiros dias? E se o sistema cair? São perguntas que ficam no ar.

No fundo, a Europa está tentando encontrar um equilíbrio complicadíssimo entre segurança e privacidade, entre controle e liberdade de movimento. O EES é apenas o primeiro passo — vem aí o ETIAS, uma espécie de visto eletrônico que deve começar em 2025.

Restam dúvidas, é claro. Será que os dados estarão realmente seguros? Como será a experiência do viajante? O tempo — e as primeiras viagens — dirão. Por enquanto, é ficar de olho e se preparar para mudanças na próxima viagem ao Velho Continente.