Nobel da Paz dá gás à oposição venezuelana: 'É combustível para nossa luta', afirma Maria Corina Machado
Nobel da Paz é impulso para oposição venezuelana

Parece que a esperança ganhou um reforço de peso. E não é que ele veio direto de Oslo? O Prêmio Nobel da Paz de 2025, anunciado nesta sexta-feira, acabou nas mãos de três figuras que praticamente viraram símbolos da resistência civil na Venezuela. A notícia, francamente, caiu como uma luva.

Maria Corina Machado, aquela que nunca baixou a cabeça para o regime de Maduro, não disfarçou a emoção. A líder oposicionista, que sabe na pele o que é ser perseguida, falou com uma convicção que dava gosto de ouvir. "Esse reconhecimento é como um vento forte nas nossas velas", disparou, com aquela voz firme que já conhecemos. "Ele chega no momento exato para nos dar o gás que faltava."

O timing perfeito de um prêmio que vale muito mais que dinheiro

O comitê norueguês, sabe como é, sempre pensa bem antes de escolher. Desta vez, acertou em cheio. Os laureados — Feliciano Reyna, da ONG Acción Solidaria; Ana Rosario Contreras, do Colégio de Enfermería; e a jornalista Luz Mely Reyes — representam diferentes frentes de uma mesma batalha: a da sociedade civil que não se cala.

Maria Corina foi direta ao ponto: "O Nobel não é só um troféu bonito para pendurar na parede. Ele joga um holofote brutal sobre a crise humanitária que assola nosso país". E completou, com aquele tom de quem já viu de tudo: "Isso aqui virou uma tempestade perfeita, gente — crise política, econômica, social... mas estamos aprendendo a nadar nesse mar revolto".

Um recado que ecoa além das fronteiras

O que mais impressiona, pra ser sincero, é o timing. O prêmio chega quando a oposição venezuelana tenta se reorganizar após aquela eleição presidencial de julho, que deixou todo mundo com um gosto amargo na boca. Maduro segue no poder, mas a resistência, agora, ganhou um aliado de peso.

"É como se o mundo inteiro estivesse nos dizendo: 'Não desistam, nós vemos o que acontece aí'", refletiu Machado, com uma mistura de alívio e determinação. Ela sabe que a estrada ainda é longa — mas, cá entre nós, um Nobel no meio do caminho encurta qualquer jornada.

O que vem pela frente? Bom, segundo a própria líder, esse reconhecimento internacional dá um fôlego novo para as negociações que estão paradas. "Agora temos mais cartas na manga", admitiu, sem dar muitos detalhes — mas o sorriso no canto da boca dizia tudo.

Enquanto isso, nas ruas de Caracas, a notícia correu que nem rastro de pólvora. Nas filas dos mercados, nos pontos de ônibus, nos grupos de WhatsApp — o povo venezuelano, tão castigado pela crise, encontrou um motivo para comemorar. Mesmo que seja por um dia só.

No fim das contas, o que esse Nobel realmente significa? Talvez seja a confirmação de que a luta pela democracia, por mais dura que seja, nunca é em vão. E Maria Corina Machado parece ter entendido direitinho a mensagem: "Agora é seguir em frente, com a certeza de que o mundo não nos esqueceu".