
Aos 95 anos, faleceu Violeta Barrios de Chamorro, ex-presidente da Nicarágua e uma das figuras mais emblemáticas da política centro-americana. Ela foi a primeira mulher a assumir a presidência do país, governando entre 1990 e 1997, e deixou um legado marcado pela transição democrática após anos de conflitos internos.
Nascida em 18 de outubro de 1929, Violeta emergiu como líder após o assassinato de seu marido, Pedro Joaquín Chamorro, jornalista e opositor do regime sandinista. Sua eleição representou um momento histórico, encerrando mais de uma década de governo sandinista e abrindo caminho para a reconciliação nacional.
Trajetória política e legado
Durante seu mandato, Violeta enfrentou desafios como a reconstrução econômica e a pacificação do país, ainda dividido pela guerra civil. Sua administração foi marcada por políticas de austeridade e pela promoção do diálogo entre as facções políticas.
Além de sua atuação como presidente, ela foi fundadora do jornal La Prensa, um dos principais veículos de comunicação da Nicarágua, que se tornou símbolo de resistência durante a ditadura somozista.
Repercussão internacional
O falecimento de Violeta Chamorro gerou comoção em toda a América Latina. Líderes regionais e organizações internacionais destacaram seu papel como pioneira na luta pela democracia e pelos direitos das mulheres na política.
Seu governo é lembrado como um período de transição crucial para a Nicarágua, embora críticos apontem contradições em suas alianças políticas e os limites das reformas implementadas.