
Quem diria, não é mesmo? A política francesa nos presenteou com mais uma daquelas reviravoltas que deixam todo mundo de queixo caído. Emmanuel Macron, aquele presidente que nunca deixa a poeira baixar, acaba de puxar da cartola uma jogada que ninguém — mas absolutamente ninguém — esperava.
Sebastien Lecornu, que há poucos dias havia entregado o cargo de Primeiro-Ministro, está de volta. Sim, você leu certo. O mesmo homem que saiu pela porta da frente do Palácio do Eliseu agora retorna como se nada tivesse acontecido.
O que se passa na cabeça de Macron?
É a pergunta que todos fazem. O presidente francês, conhecido por suas decisões imprevisíveis, parece ter decidido que a experiência de Lecornu vale mais do que qualquer crise passageira. O anúncio oficial saiu nesta quinta-feira, e cá entre nós, pegou muita gente desprevenida.
Lecornu, com seus 38 anos — sim, é jovem para os padrões da política francesa — já tinha acumulado uma bagagem considerável como ministro das Forças Armadas. Agora, ele retorna ao cargo mais importante depois do próprio presidente, e isso diz muito sobre a confiança que Macron deposita nele.
Bastidores de uma decisão relâmpago
Os rumores nos corredores do poder em Paris sugerem que Macron nunca esteve totalmente convencido da saída de Lecornu. Parece que foram apenas alguns dias de reflexão — e talvez alguma pressão interna — para que o presidente percebesse que tinha deixado escapar justamente a pessoa certa para o momento turbulento que a França enfrenta.
É como aquela história de terminar um namoro e, depois de dois dias, perceber que cometeu um grande erro. Só que, neste caso, estamos falando do futuro de uma das maiores economias da Europa.
Os franceses, é claro, estão divididos. Uns acham genial, outros questionam a estabilidade do governo. Mas a verdade é que Macron nunca foi muito de seguir o script tradicional.
O que esperar dessa segunda chance?
Lecornu retorna com uma vantagem peculiar: conhece os problemas atuais como a palma da mão, afinal, ele mesmo os estava administrando até poucos dias atrás. É como um técnico que sai de um time e volta antes mesmo do próximo jogo — sabe exatamente onde estão as falhas e os pontos fortes.
O desafio, no entanto, não é pequeno. A França enfrenta questões econômicas delicadas, tensões sociais e aquela velha discussão sobre reformas que nunca parecem avançar. Lecornu terá que provar que sua breve ausência serviu para amadurecer suas ideias, não para enfraquecer sua posição.
E cá pra nós, em política, segundas chances são raras — especialmente quando se trata de cargos tão elevados. O fato de Macron ter retrocedido em sua decisão original mostra, no mínimo, que o presidente valoriza a competência acima do orgulho.
Resta saber se os franceses — e o resto da Europa — vão encarar essa reviravolta como um sinal de flexibilidade ou de indecisão. Uma coisa é certa: o governo Macron nunca foi, e parece que nunca será, monótono.
Enquanto isso, em Brasília e outras capitais mundo afora, os observadores políticos devem estar tomando notas. Afinal, quem não gosta de acompanhar esses dramas palacianos que, no fundo, revelam muito sobre como o poder realmente funciona?