Lula classifica crise tarifária com EUA como 'turbulência desnecessária' — entenda o caso
Lula sobre crise com EUA: "Turbulência desnecessária"

Numa daquelas declarações que fazem os assessores segurarem a respiração, o presidente Lula soltou o verbo sobre o recente mal-estar nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. "Isso aí é turbulência desnecessária", disparou, com aquela cara de quem já viu coisa pior — e sabe que isso também vai passar.

O clima, digamos, não está dos mais amenos desde que os americanos resolveram aumentar tarifas para alguns produtos brasileiros. Açúcar, aço... aquela velha lista de suspeitos de sempre. Do nosso lado, claro, veio a resposta na mesma moeda — porque no jogo comercial, como no futebol, ninguém gosta de levar gol sem tentar revidar.

O jogo das cadeiras tarifárias

Parece briga de vizinhos: um aumenta o muro, o outro coloca cerca elétrica. Só que no lugar do muro, são taxas de importação. E no lugar da cerca, mais taxas ainda. Um vai-e-vem que, na visão de Lula, mais atrapalha do que ajuda.

"Temos problemas reais para resolver — fome, desigualdade, infraestrutura", lembrou o presidente, num tom que misturava cansaço com impaciência. "Não é hora de ficarmos criando obstáculos artificiais entre parceiros comerciais." Dito assim, até parece simples, não? Mas sabemos que nessas negociações, cada vírgula tem peso de ouro.

E os números?

Pois é. O comércio bilateral gira em torno de US$ 70 bilhões por ano — dinheiro que, convenhamos, ninguém quer ver evaporar por causa de birra tarifária. Especialistas ouvidos (mas que preferiram não estampar o nome) comparam a situação a um casamento de longa data passando por uma crise de meia-idade: ninguém quer o divórcio, mas tá todo mundo meio irritado.

Curiosamente, enquanto os ânimos se acirram no front comercial, em outras áreas a cooperação segue firme. Meio ambiente, tecnologia, defesa... "Relacionamento complexo" seria um eufemismo gentil para descrever essa dança peculiar entre as duas maiores economias das Américas.

E agora? Bom, os próximos capítulos dessa novela dependem muito de como Washington vai reagir às declarações de Lula. Se vai pegar no pé — ou se, como sugere o presidente brasileiro, vai deixar essa "turbulência passageira" para trás. Fato é que, no xadrez geopolítico, até as peças que se movem devagar podem causar um baita rebuliço.