
O Palácio do Planalto foi palco de um daqueles encontros que fazem história — ou pelo menos deveriam receber mais atenção do que recebem. Nesta segunda-feira, 25 de agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nada menos que Bola Tinubu, seu homólogo da Nigéria, para uma conversa que misturou diplomacia, interesses econômicos e uma pitada de esperança.
Não foi apenas um aperto de mãos fotogênico para as câmeras. Longe disso. As duas lideranças — cada uma representando gigantes continentais — mergulharam em discussões substanciais sobre comércio, energia e, claro, aquela velha e boa cooperação Sul-Sul que sempre resurge em tempos de realinhamento global.
O que estava em jogo?
Brasil e Nigéria são potências regionais inegáveis. Um comanda a maior economia da América Latina; o outro, a da África. Quando dois pesos-pesados assim se encontram, o chão treme — metaforicamente, é claro.
Fontes próximas ao governo brasileiro adiantaram que a pauta era extensa e ambiciosa:
- Comércio bilateral: Ampliação de trocas para além das commodities tradicionais
- Energia: Parcerias em petróleo, gás natural e energias renováveis
- Agricultura: Intercâmbio de tecnologia e know-how agropecuário
- Diplomacia global: Alinhamento em fóruns internacionais como a ONU e o G20
Tinubu, que assumiu a presidência nigeriana em 2023, parece genuinamente interessado em fortalecer laços com o Brasil — país que abriga uma das maiores diásporas africanas do mundo, inclusive uma significativa comunidade nigeriana.
Um encontro com sabor de reencontro
Lula, é bom lembrar, sempre demonstrou uma afinidade especial com a África. Em seus governos anteriores, elevou o continente à prioridade diplomática — e tudo indica que mantém a mesma postura. Desta vez, com a Nigéria especificamente, as oportunidades são… bem, gigantescas.
Imagina só: dois países tropicalmente grandes, multiculturalmente ricos e economicamente ambiciosos. A combinação tem tudo para dar certo — ou pelo menos para render bons frutos.
O momento não poderia ser mais propício. Com o mundo multipolar em formação, parcerias entre países do Sul global ganham uma urgência estratégica inédita. E esse encontro no Planalto sinaliza que tanto Brasil quanto Nigéria entenderam o recado.
Resta saber como — e quando — as promessas feitas nos salões presidenciais se transformarão em ações concretas. Mas o primeiro passo, sempre se diz, é o mais importante. E este foi dado com solenidade e otimismo em Brasília.