
Numa dessas conversas que deixam analistas de plantão mordendo as unhas, Lula e Xi Jinping baterem um papo de exatos 61 minutos por telefone nesta quarta. Coisa séria — mas não tão séria a ponto de tocar no vespeiro Trump.
Segundo fontes que acompanharam o diálogo (e preferiram não se identificar, claro), os dois mandatários "afinaram discursos" sobre comércio bilateral e investimentos chineses no Brasil. Nada de surpresas: o tema é velho conhecido das relações entre os países.
O elefante na sala (que ninguém mencionou)
Eis o detalhe que faz a crônica política coçar a cabeça: enquanto o mundo esperava algum comentário sobre o cabo-de-guerra EUA-China — especialmente depois daqueles tuítes bombásticos de Trump —, o assunto brilhou por sua ausência.
"Ou foi um alinhamento tático ou uma omissão calculada", arrisca um diplomata aposentado que acompanha o tema há décadas. Ele prefere não cravar qual das duas opções é a verdadeira.
- Investimentos em infraestrutura
- Acordos comerciais
- Cooperação tecnológica
Esses foram os três pilares da conversa, segundo relatos extraoficiais. Nada que já não estivesse no radar, convenhamos. Mas política externa é como feijoada: às vezes o melhor tempero é a paciência.
E os EUA nisso tudo?
Pois é. Enquanto a Casa Branca solta foguetes nas redes sociais, o Itamaraty parece preferir o "silêncio elegante". Será estratégia ou cautela excessiva? Difícil dizer — mas fato é que o Brasil anda numa corda bamba delicada entre suas duas maiores parceiras comerciais.
Uma coisa é certa: nesse xadrez geopolítico, Lula parece estar jogando com peças de ambos os lados do tabuleiro. Resta saber se vai conseguir manter o equilíbrio quando as tensões esquentarem de verdade.