
Numa daquelas falas que deixam assessores com os nervos à flor da pele, Lula soltou o verbo sobre a relação Brasil-China. E não foi com meias palavras. "Tem gente que ainda não entendeu que o mundo mudou", disparou, enquanto ajustava os óculos com aquela cara de quem já cansou de explicar o óbvio.
O presidente — sempre ele — não poupou críticas ao que chamou de "era Trump de diplomacia caótica". Segundo Lula, o ex-presidente americano "inventou tempestade em copo d'água" nas relações internacionais. E olha que, pra quem viveu os anos 2000, essa afirmação tem um sabor especial de ironia.
China: parceira ou vilã?
Enquanto Washington torce o nariz, o Brasil parece ter escolhido seu cavalo na geopolítica global. "A China não é o bicho-papão que pintam", defendeu Lula, com aquela paciência de professor de cursinho. Os números? Bem, eles falam por si:
- Maior parceiro comercial do Brasil desde 2009
- Responsável por 28% de todas as exportações brasileiras em 2023
- Investimentos em infraestrutura ultrapassam US$ 70 bilhões na última década
Mas não pense que foi só elogios. Entre um gole de café e outro, Lula soltou: "Relação boa é aquela onde os dois lados ganham — e a China precisa entender isso também". Dá pra sentir o fio da navalha nessa dança diplomática, não?
O elefante na sala: os EUA
Aqui a coisa esquenta. Quando o assunto virou Washington, o tom mudou completamente. "Trump transformou a política externa americana num reality show", criticou, com aquela cara de quem lembra cada tweet polêmico. E completou: "Biden herdou um circo, mas o picadeiro já estava armado".
Os especialistas — esses seres misteriosos que sempre aparecem nessas horas — apontam três consequências desse terremoto:
- Desorganização nas cadeias globais de suprimentos
- Incerteza nos mercados financeiros
- Vacilo estratégico na disputa com a China
E o Brasil? Bem, segundo Lula, estamos "nadando entre dois oceanos". Mas com um salva-vidas chamado comércio exterior.
No final, o recado foi claro: enquanto Washington discute se globalização é boa ou ruim, o Brasil já escolheu seu lugar no tabuleiro geopolítico. Resta saber se essa aposta vai render dividendos — ou dores de cabeça.