
O clima entre Brasil e Estados Unidos aqueceu nesta sexta-feira (9) — e não foi por causa do verão. O Itamaraty decidiu chamar o encarregado de negócios da embaixada americana em Brasília para uma conversa nada amistosa. O motivo? Declarações que, segundo fontes do governo, passaram longe da diplomacia.
Não foi um bate-papo qualquer. A reunião durou quase uma hora, e o tom foi de indignação. "Foi como levar um puxão de orelha em público", comentou um diplomata que preferiu não se identificar. Detalhe: o ministro Mauro Vieira nem apareceu — quem recebeu o americano foi um secretário-executivo.
O que pegou mal?
As declarações que irritaram o governo brasileiro vieram de um assessor do Departamento de Estado. Em um evento fechado, ele teria comparado políticas brasileiras a "medidas de países em desenvolvimento" — e isso, cá entre nós, foi interpretado como um desdém velado.
Não foi só isso. Outro ponto que caiu como uma bomba: comentários sobre a soberania nacional na Amazônia. "Tem coisas que a gente não engole", resumiu um funcionário do Itamaraty, enquanto tomava seu cafezinho no intervalo.
E agora?
O governo brasileiro deixou claro que não vai ficar de braços cruzados. Além da convocação, prepara uma nota oficial que deve sair ainda hoje — e promete ser contundente. "Quando pisam no nosso pé, a gente devolve", brincou (ou não) um assessor.
Enquanto isso, em Washington, o silêncio é quase ensurdecedor. A embaixada americana limitou-se a dizer que "toma nota" da reclamação. Mas todo mundo sabe: nessas horas, o que não se diz fala mais alto.