
O chanceler iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, acusou os Estados Unidos de terem cruzado uma "linha vermelha" ao atacar instalações nucleares do Irã, em um comunicado contundente divulgado nesta segunda-feira (30). O governo iraniano já convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para discutir o que classificou como "uma violação grave do direito internacional".
Segundo fontes oficiais, os ataques ocorreram na madrugada de domingo e teriam como alvo centrífugas de enriquecimento de urânio em Natanz e Fordow. As autoridades iranianas afirmam que os danos foram limitados, mas que a ação representa uma escalada perigosa no já tenso relacionamento entre os dois países.
Reação internacional
O incidente já começa a gerar reações globais. A Rússia e a China manifestaram preocupação com a escalada de tensões, enquanto aliados tradicionais dos EUA, como Reino Unido e França, mantêm-se cautelosos em seus pronunciamentos.
Analistas políticos alertam que este pode ser o incidente mais grave entre Washington e Teerã desde o assassinato do general Qassem Soleimani em 2020. "Estamos diante de uma crise que pode rapidamente sair do controle", afirmou um diplomata europeu sob condição de anonimato.
Implicações para o programa nuclear iraniano
Especialistas em energia atômica questionam o impacto real dos ataques. "Instalações nucleares são projetadas para resistir a ataques convencionais", explica o físico nuclear brasileiro Carlos Alberto dos Santos. "O verdadeiro dano pode ser político, minando ainda mais a já frágil confiança entre as partes."
O incidente ocorre em um momento delicado, quando negociações sobre o programa nuclear iraniano estavam paralisadas. Muitos vêem o ataque como um golpe fatal nas perspectivas de retomada do acordo nuclear de 2015.