
O cenário político britânico está pegando fogo. E não é metáfora. A proposta que está saindo dos escritórios do partido Reform UK, aquele mesmo capitaneado pelo sempre polêmico Nigel Farage, é daquelas que fazem tremer as estruturas — e não apenas as do Parlamento.
O que eles estão sugerindo? Nada menos que uma operação de larguíssima escala para deportar… espere um pouco… 600 mil imigrantes. Em apenas cinco anos. Sim, você leu direito. Seiscentos mil.
Parece filme de ficção, mas a ameaça é real e está ganhando tração em um país ainda se reerguendo dos terremotos do Brexit. A estratégia, claro, não é nada sutil. Eles falam em criar uma nova agência dedicada, com poderes quase que de super-herói vilão, para acelerar expulsões e fechar as torneiras de novos ingressos.
O Pacote Completo de Restrições
O plano vai muito além das deportações. É um pacote completo, um kit anti-imigração. Eles querem:
- Congelar imediatamente qualquer tipo de visto “não essencial”.
- Botar um ponto final naquela história de “porta aberta” para requerentes de asilo que chegam por rotas irregulares.
- Impulsionar a deportação de estrangeiros que cometeram crimes, por mais leves que sejam.
- Exigir um teste de ideologia britânica — você não leu errado — para quem quiser ficar.
É uma mudança de jogo total. E o pior? Eles defendem que o Reino Unido simplesmente ignore… as leis internacionais de direitos humanos. Sim, aquelas que o país ajudou a criar.
O Discurso por Trás da Cortina de Fumaça
O partido, é claro, não se apresenta como vilão. Pelo contrário. A narrativa é clássica: proteger o cidadão britânico, aliviar a pressão sobre os serviços públicos e “retomar o controle” das fronteiras. Soa familiar?
Mas especialistas e grupos de direitos humanos já estão soando o alarme. Eles veem aí não uma política de imigração, mas uma máquina de exclusão. Um projeto que pode desestabilizar comunidades inteiras, separar famílias e mandar pessoas de volta para situações de perigo.
O timing, claro, não é por acaso. Com eleições se aproximando, a imigração voltou ao centro do ringue político. O Partido Conservador, pressionado, já vem tentando mostrar músculo com voos para Ruanda. Mas o plano do Reform UK é outro campeonato. É a liga principal do hardline.
O que vai acontecer? Difícil dizer. O partido ainda não tem assentos no Parlamento, mas a ideia, solta no ar, já é como uma brasa. Pode incendiar o debate público e forçar os outros partidos a se posicionarem de forma ainda mais dura. O futuro das relações do Reino Unido com o mundo — e consigo mesmo — pode estar em jogo.