
A decisão do governo brasileiro de declarar o embaixador do Irã, Hossein Gharibi, como persona non grata não foi apenas um mero trâmite diplomático. Foi um terremoto. Um daqueles que sacode as estruturas e deixa poeira pairando no ar por um bom tempo.
E não é pra menos. Expulsar um embaixador é como devolver uma carta com selo quebrado — um gesto carregado de simbolismo e consequências muito reais. O Itamaraty, claro, seguiu o protocolo à risca, mas a mensagem por trás do formalismo foi cristalina: o Brasil não vai tolerar interferências em seus assuntos internos.
O Estopim de uma Crise Anunciada
Tudo começou — ou melhor, escalou — com as declarações do embaixador iraniano criticando publicamente o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Na visão de analistas internacionais, foi a gota d'água. "Uma quebra grave do protocolo diplomático", como definiu um especialista que acompanha o tema há décadas. Mas será que foi só isso?
Parece que há camadas nessa história. Muitas camadas. A relação Brasil-Irã já não andava nas melhores condições, e esse episódio escancarou uma rachadura que vinha se aprofundando silenciosamente. O governo iraniano, é bom lembrar, já enfrenta sanções e um certo afastamento de outras nações. E agora, mais este capítulo.
Isolamento ou Postura Firme?
Afinal, quem está isolando quem? Do ponto de vista de Teerã, a expulsão do seu representante no Brasil é mais um sinal de que o país está ficando encurralado. Uma análise de peso chegou a afirmar que a medida "demonstra o isolamento do Irã na esfera internacional". Forte, não?
Mas também dá pra enxergar por outro ângulo: será que o Brasil, ao tomar uma atitude tão contundente, está apenas defendendo sua soberania — ou está se alinhando a pressões geopolíticas maiores? A pergunta fica no ar.
O certo é que diplomatas ao redor do mundo estão de olho. Um movimento desses não passa despercebido.
E agora, o que vem por aí? Realinhamentos, novas alianças, ou um silêncio constrangedor que vai durar meses? Só o tempo — e os bastidores da diplomacia — dirão.