
A coisa começou de forma absolutamente inacreditável. Ana Miranda, uma eurodeputada espanhola que estava em Israel numa missão humanitária — dessas que fazem a gente questionar a humanidade da humanidade —, acabou sendo agredida e expulsa do país de maneira que ela mesma classifica como "violenta e desumana".
Não foi um simples "você não pode ficar aqui". Foi bem pior. Segundo ela relatou com detalhes que dão arrepios, militares israelenses a espancaram durante o processo de deportação. Sim, você leu certo: espancaram uma representante eleita do Parlamento Europeu.
O que diabos aconteceu exatamente?
A situação se desenrolou no aeroporto Ben Gurion, perto de Tel Aviv. Miranda, que faz parte do Bloco Nacionalista Galego (BNG), estava junto com outras colegas eurodeputadas quando foram detidas. Aparentemente, o governo israelense não gostou nem um pouco da missão que elas estavam realizando.
"Levaram-nos para uma sala à parte", contou ela, ainda visivelmente abalada. "E foi ali que a coisa degringolou completamente." Os agentes de segurança israelenses, segundo seu relato, começaram a usar de força física desnecessária — e estamos falando de uma parlamentar europeia, não de uma criminosa perigosa.
As consequências imediatas
O resultado? Machucados visíveis, trauma psicológico e uma sensação de que as coisas estão fugindo completamente do controle naquela região. Miranda precisou de atendimento médico depois da agressão, o que só comprova a gravidade do ocorrido.
O mais absurdo de tudo — se é que pode existir algo mais absurdo nessa história — é que ela estava lá justamente para tentar aliviar o sofrimento de civis. A missão tinha como objetivo avaliar a situação humanitária em Gaza, um território que vive há anos sob condições que muitos classificam como insustentáveis.
E agora, o que vai acontecer?
Boa pergunta. O Parlamento Europeu já foi notificado sobre o incidente, e é quase certo que vai gerar uma crise diplomática das grandes. Não é todo dia que um país membro da ONU trata representantes eleitos de um bloco importante como a União Europeia dessa maneira.
Miranda foi taxativa: "Isto é inaceitável". E realmente é. Mesmo que Israel tenha suas razões de segurança — e todos sabemos que a situação por lá é complicadíssima —, agredir fisicamente uma eurodeputada em missão oficial é cruzar uma linha que não deveria ser cruzada.
O governo israelense, como era de se esperar, ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso. Mas vai ter que se explicar, e a explicação vai precisar ser muito boa.
Enquanto isso, Ana Miranda segue se recuperando — tanto fisicamente quanto emocionalmente — de uma experiência que, nas palavras dela, "mostra o quanto a situação em Israel está fora de controle". E olha, depois de ouvir seu relato, fica difícil discordar.