
Eis que do nada — ou quase — os Estados Unidos resolvem dar uma bela de uma freiada nos acordos militares com o Brasil. Não foi um aviso prévio, não foi uma consulta… foi um cancelamento puro e simples do exercício conjunto que estava na agenda. Algo que, convenhamos, não é exatamente trivial.
O que raios está por trás disso? Será uma resposta às declarações do presidente Lula sobre a guerra na Ucrânia — que, diga-se de passagem, não caíram muito bem em Washington? Ou será algo mais profundo, uma reavaliação estratégica de como os americanos veem esta parceria? A Defesa brasileira está com as antenas ligadas, isso é fato.
Um silêncio que fala mais que mil palavras
O mais curioso — e preocupante, para muitos analistas — é a falta de explicações formais. Normalmente, nessas horas, solta-se um comunicado cheio de diplomatese sobre "reagendamento" e "logística". Desta vez, nem isso. O silêncio é quase ensurdecedor.
Fontes próximas ao Palácio do Planalto admitem, ainda que off the record, que a surpresa foi grande. Esperava-se talvez um desaquecimento, mas não um corte tão brusco. Isso joga uma luz forte sobre o estado atual da aliança.
As consequências práticas (e simbólicas)
Para além do treinamento em si — que tem seu valor operacional, claro —, o que pesa aqui é o simbólico. Exercícios conjuntos são um termômetro político. Quando esfriam, é porque a relação não vai bem.
- Perda de oportunidade de treinamento de elite para as Forças Armadas
- Sinal diplomático preocupante para outros países
- Possível impacto em futuros acordos de defesa e tecnologia
Não é algo para se ignorar. O Itamaraty já deve estar a todo vapor tentando decifrar o que se passa nos corredores do Pentágono e do Departamento de Estado.
O fato é que o Brasil, nos últimos tempos, tem adotado posições que nem sempre se alinham perfeitamente aos interesses norte-americanos. E talvez este cancelamento seja a forma mais clara de Washington dizer: "estamos de olho".
Resta saber como o governo brasileiro vai reagir. Afinal, nesse jogo de xadrez geopolítico, cada movimento — ou a falta dele — conta.