Brasil e EUA em rota de colisão: cancelamento de reunião acirra disputa comercial
Cancelamento de reunião aumenta tensão comercial entre Brasil e EUA

Parece que o jogo das cadeiras musicais entre Brasil e Estados Unidos acabou de ficar mais complicado. Na última terça-feira (12), o que seria um encontro diplomático para destravar negociações comerciais virou pó — literalmente. A reunião foi cancelada de última hora, e os ânimos? Bem, digamos que não estão lá essas coisas.

Fontes próximas ao Itamaraty revelam que o clima já estava pesado desde a semana passada, quando os americanos insistiram em incluir na pauta temas que, segundo o governo brasileiro, são "inaceitáveis". Não é de hoje que essa relação anda meio capenga — lembra daquela história dos subsídios agrícolas? Pois é.

O que estava em jogo?

A lista era grande, mas três pontos centrais prometiam acirrar os ânimos:

  • Barreiras comerciais: Os EUA querem acesso mais fácil ao mercado brasileiro de produtos industrializados
  • Questões ambientais: Pressão americana por mudanças nas políticas de preservação da Amazônia
  • Propriedade intelectual: Disputa sobre patentes de medicamentos e tecnologia agrícola

E agora? Bom, enquanto os diplomatas se digladiam nos bastidores, o setor privado já sente o baque. Só na última quarta, o dólar comercial disparou 1,3% — e não foi coincidência.

Reações em cadeia

O cancelamento pegou mal em Washington. Um assessor do Departamento de Estado, que preferiu não se identificar, soltou a pérola: "É como marcar um encontro e ser deixado esperando no altar". Já por aqui, o tom foi mais contido, mas não menos firme.

O Ministério da Economia emitiu uma nota enxuta dizendo que "as condições para um diálogo produtivo não estavam dadas". Traduzindo: não iam ceder nem a palha.

Enquanto isso, nos corredores do agronegócio — que tem muito a perder nessa briga — o clima é de apreensão. "Estamos num jogo de xadrez onde ninguém quer dar o primeiro xeque-mate", comentou um exportador de soja que preferiu manter o anonimato.

E agora, José?

Analistas ouvidos pela reportagem divergem sobre os próximos passos. Alguns acreditam que é só uma questão de tempo até nova tentativa de diálogo. Outros apostam que a relação pode esfriar de vez — e isso, meu caro leitor, pode custar caro.

Números do Comex mostram que os EUA são nosso segundo maior parceiro comercial. Em 2024, o fluxo bilateral girou em torno de US$ 70 bilhões. Não é pouca coisa, né?

O que ninguém discute é o timing péssimo dessa crise. Com a economia global cambaleando e as cadeias de suprimento ainda se recuperando da pandemia, será que temos margem para mais essa turbulência?