Brasil comete gafe diplomática ao tratar EUA como 'inimigo' — especialistas alertam para riscos
Brasil erra ao tratar EUA como inimigo, dizem especialistas

Parece que o Itamaraty decidiu trocar o cafezinho pela água com gás — e o resultado está longe de ser refrescante. A última jogada do governo brasileiro nas relações com os Estados Unidos deixou até os diplomatas mais experientes coçando a cabeça. Não é todo dia que se vê um aliado histórico sendo tratado como adversário em plena luz do dia.

Onde foi que a corda arrebentou?

Segundo fontes próximas ao Palácio do Planalto, a estratégia adotada nas últimas semanas lembra aquela velha piada do sujeito que corta o próprio cabelo no escuro. Só que, nesse caso, o 'corte' pode deixar marcas profundas na política externa brasileira.

"É como se tivéssemos decidido reinventar a roda, mas esquecido que ela precisa ser redonda", comenta um diplomata que preferiu não se identificar. O tom usado nas comunicações oficiais — que alguns classificam como "desnecessariamente agressivo" — surpreendeu até os observadores mais cínicos.

Os números que preocupam

  • Comércio bilateral de US$ 88 bilhões em risco
  • 5 acordos estratégicos pendentes de renovação
  • Queda de 23% nos investimentos diretos no último trimestre

Não é exagero dizer que a situação lembra aquela cena clássica de filme onde o personagem insiste em cavar mais fundo mesmo quando já está enterrado até o pescoço. Só que, nesse caso, o buraco pode ser econômico.

"Temos muito a perder e pouco a ganhar com essa postura", alerta a professora de relações internacionais Ana Beatriz Rocha, da Universidade de São Paulo. "É como se o Brasil tivesse resolvido brigar com o garçom no único restaurante da cidade."

E agora, José?

Enquanto isso, nos corredores do Congresso Nacional, o clima oscila entre perplexidade e consternação. Alguns parlamentares chegam a comparar a situação com aquele parente inconveniente que sempre estraga o almoço de família com discussões desnecessárias.

O que mais preocupa os especialistas não é o desentendimento em si — afinal, divergências são normais entre nações — mas o timing e o tom escolhidos. "Parece que jogamos xadrez quando deveríamos estar dançando tango", filosofa um assessor legislativo.

Resta saber se ainda dá tempo de consertar os estragos. Ou se, como dizem os mais pessimistas, o barco já zarpa e nós ficamos na praia fazendo sinais de fumaça.