
O Brasil deu um passo que pode mudar os rumos da política externa — e gerou reações de todos os lados. Nesta terça-feira (23), o governo formalizou sua entrada em uma ação contra Israel no Tribunal Penal Internacional (TPI), acusando o país de cometer genocídio em Gaza. Não foi uma decisão simples, e o estrago diplomático já começou.
"É uma medida extrema, mas necessária", disse um diplomata sob condição de anonimato. "Quando a comunidade internacional fecha os olhos, alguém precisa agir." O problema? Nem todo mundo concorda. Enquanto organizações de direitos humanos comemoram, grupos pró-Israel já prometem retaliações econômicas.
O que está em jogo?
O caso não é só sobre Gaza — é sobre o lugar do Brasil no mundo. Ao se juntar à África do Sul nessa batalha jurídica, o país assume um papel de liderança no Sul Global. Mas a que custo? Israel é um parceiro comercial importante, e o agronegócio já está de orelha em pé.
- A ação alega violações sistemáticas desde outubro de 2023
- Mais de 35 mil mortos em Gaza, segundo autoridades locais
- Brasil argumenta que Israel ignorou resoluções da ONU
Não é só briga de diplomata. Nas redes sociais, a polarização está escancarada. De um lado, ativistas postam fotos de crianças palestinas; do outro, acusam o Brasil de "hipocrisia" por não condenar outros conflitos. "E a Ucrânia?", perguntam alguns. "E a Venezuela?", questionam outros.
E agora?
O processo pode levar anos — se chegar a algum lugar. O TPI tem jurisdição limitada, e Israel nem sequer reconhece sua autoridade. Mas o simbolismo é forte. "Mesmo que não dê em nada juridicamente, já mudou o jogo político", analisa uma professora de relações internacionais.
Enquanto isso, no Planalto, o clima é de tensão contida. Ministros evitam falar muito sobre o assunto, mas nos bastidores a preocupação é real: como equilibrar princípios humanos e interesses econômicos? A resposta pode definir não só o futuro do Oriente Médio, mas o lugar do Brasil no tabuleiro global.