Eis que surge uma daquelas reviravoltas que nem o roteirista mais crioso seria capaz de inventar. Um documento supostamente redigido pelo próprio Jair Bolsonaro — sim, aquele mesmo — teria sido endereçado ao colega argentino Javier Milei. O assunto? Nada mais, nada menos, do que um pedido de asilo político.
Parece roteiro de filme, mas a coisa é séria. A tal carta, que circula por aí, não foi oficialmente confirmada, mas já está dando o que falar. E olha, o conteúdo é… digamos, peculiar.
Um tom de dramaticidade
Logo de cara, o ex-mandatário não economiza nas palavras. Ele se dirige a Milei não apenas como presidente, mas como um "irmão de ideais". Soa familiar? Pois é. A linguagem é carregada de um tom quase épico, misturando apreço pessoal com uma pitada generosa de alinhamento ideológico.
Numa das passagens, Bolsonaro chega a elogar — e muito — as tais reformas liberais que Milei está tentando empurrar goela abaixo dos argentinos. Ele fala em "ventos de liberdade" e "coragem para mudar". Meio clichê? Talvez. Eficaz? Só o tempo — e talvez a justiça — dirão.
O cerne da questão
E aí vem a parte crucial, é claro. O pedido em si. O texto não é direto ao ponto, rodeia um pouco — coisa de político, né? — mas deixa claro que o autor está, nas entrelinhas, pedindo abrigo. Ele fala em "circunstâncias excepcionais" e numa "perseguição política sem precedentes".
Não é novidade para ninguém que Bolsonaro enfrenta uma enxurrada de processos judiciais no Brasil. Do quebra de sigilo eleitoral à suspeita de tentativa de golpe, a lista é longa. A carta parece ser uma tentativa de escapar desse cenário.
Mas será que deu certo?
E a resposta?
Até agora, silêncio total. O governo argentino, através do seu chanceler, Diana Mondino, emitiu uma nota seca dizendo que não comenta sobre possíveis pedidos de asilo. Um não-comentário que fala volumes, não acham?
Do lado de cá, a Polícia Federal também não confirmou nem negou a existência da tal correspondência. Ficamos todos naquele suspense típico de novela das nove.
Uma coisa é certa: o tema é espinhoso. A relação entre os dois países, que já foi das mais próximas, agora navega em águas turbulentas. Um asilo concedido a Bolsonaro certamente abalaria — e muito — a diplomacia bilateral.
Enquanto isso, nas redes sociais, a polarização segue firme e forte. De um lado, os que veem o episódio como uma fuga covarde; de outro, os que defendem ser uma medida necessária diante de uma suposta caça às bruxas.
E você, o que acha? Jogo político ou último recurso de um homem encurralado? Seja como for, o capítulo promete — e muito.
