
Eis que o tabuleiro político brasileiro ganha mais um peão — ou melhor, um cavalo, se considerarmos a trajetória do mineiro Romeu Zema. O governador de Minas Gerais, aquele mesmo que virou sinônimo de gestão técnica (e polêmica, vamos combinar), decidiu dar o salto: oficializou sua pré-candidatura à Presidência da República pelo Partido NOVO.
Numa cerimônia que misturou discurso econômico com pitadas de ufanismo — "o Brasil que dá certo" foi repetido como mantra —, Zema deixou claro: não está ali para fazer média. "Ou a gente corta o estado obeso, ou o país vira um paciente terminal", soltou, numa daquelas frases que viralizam antes mesmo do fim do evento.
O que esperar do projeto?
Entre os pontos destacados:
- Reforma administrativa com foco em "enxugar" cargos comissionados (alô, centrão...)
- Revogação de "milhares de normas" que, segundo ele, asfixiam empresas
- Um pacote anticorrupção com "menos promessa e mais blockchain" — sim, ele usou o termo
Não faltaram críticas veladas aos rivais. Sem citar nomes, disparou: "Tem gente que acha que governar é distribuir migalhas com uma mão e aumentar impostos com a outra". A plateia, majoritariamente de jovens em ternos que pareciam emprestados, aplaudiu em uníssono.
E os desafios?
Ah, aqui a coisa fica espinhosa. O NOVO, partido que já foi chamado de "liberal na economia e conservador nos costumes", agora tenta equilibrar-se numa corda bamba:
- Como atrair o eleitorado urbano sem alienar a base mais à direita?
- Será que o discurso de "gestor eficiente" cola fora de Minas?
- E o maior de todos: convencer que dá pra ser liberal sem parecer um "entreguista de gravata" (como dizem os adversários).
Uma coisa é certa: o clima pós-evento lembrava aqueles churrascos de família onde todo mundo sorri, mas ninguém tira o paletó — ninguém quer estragar a foto, mas as facas estão afiadas nos bastidores.
E você? Acha que o mineiro discreto tem chance contra os "candidatos-espetáculo" que dominam as pesquisas? Ou será que o Brasil dos memes está pronto para um presidente que fala mais de PIB do que de CPF? O palco está armado.