
O Partido dos Trabalhadores resolveu entrar de cabeça na disputa pelas ruas — e pelo significado simbólico da data. Não vai ficar só na arquibancada. No próximo 7 de Setembro, data que historicamente polariza opiniões e agita o cenário político, o PT promove um ato público em defesa da soberania nacional. O palco? Brasília, é claro.
Nada de improviso. A decisão partiu da executiva nacional do partido, que aprovou a mobilização em reunião nesta terça-feira. A ideia, segundo fontes internas, é contrapor o que chamam de "narrativas golpistas" e reafirmar um projeto de país. Soberania, pra eles, não é só palavra de discurso — é bandeira de luta.
O timing político
Ninguém escolhe data por acaso. O 7 de Setembro, desde 2021, virou campo de batalha narrativa. De um lado, bolsonaristas ocupando avenidas; de outro, setores progressistas tentando ressignificar o patriotismo. O PT, agora, decide ocupar o vácuo. Quer disputar o sentido do que é ser brasileiro — e fazer isso com bandeira, microfone e militância.
Não é surpresa. O partido já sinalizava, desde maio, que não deixaria a data passar em branco. Agora, oficializou. E o fez com um tom deliberado: é ato político, não comemoração vazia.
E o Planalto?
Aqui, um detalhe saboroso: o evento é do PT, não do governo. Ainda que Lula — presidente e estrela maior do partido — possa comparecer, a organização é partidária. Uma jogada inteligente, diga-se. Separa as águas: o governo fica com o cerimonial oficial; o partido, com a militância nas ruas.
Nada foi confirmado sobre a presença de Lula, mas é difícil imaginar o cenário sem ele. Seria, no mínimo, estranho. O palanque é tentador, o simbolismo também.
E os temas? Soberania nacional, é claro. Mas também devem ecoar críticas ao que chamam de "avanço do conservadorismo" e defesa de políticas sociais. É discurso, mas é também estratégia.
O PT joga pesado no tabuleiro simbólico. Quer lembrar a quem pertencem as ruas — e o futuro.