
O presidente argentino, Javier Milei, acusou publicamente sua vice-presidenta, Victoria Villarruel, de traição após divergências sobre a reforma da previdência no país. O conflito, que já vinha se arrastando em bastidores, explodiu em uma série de declarações inflamadas nesta quarta-feira (10).
Em discurso transmitido pelas redes sociais, Milei não poupou críticas: "Quando alguém trabalha contra o governo que integra, não é leal. É traição", afirmou o mandatário, em referência clara à sua vice.
O cerne da polêmica
As tensões entre os dois líderes se intensificaram após Villarruel expressar reservas sobre o projeto de reforma previdenciária defendido por Milei. A vice-presidenta teria argumentado que as mudanças propostas poderiam prejudicar especialmente os aposentados de baixa renda.
Fontes próximas ao governo revelam que o desentendimento vem se arrastando há semanas, com reuniões tensas no palácio presidencial. A gota d'água teria sido uma entrevista concedida por Villarruel a um meio local, onde ela defendeu "um diálogo mais amplo" sobre o tema.
Repercussão política
A crise expõe as fraturas no governo Milei, que chegou ao poder prometendo unidade e reformas radicais. Especialistas em política argentina avaliam que o conflito pode:
- Enfraquecer a base de apoio do governo no Congresso
- Dificultar a aprovação de medidas econômicas
- Gerar instabilidade nos mercados financeiros
Oposicionistas já aproveitaram a situação para criticar o que chamam de "desgoverno" na Casa Rosada. Enquanto isso, analistas questionam quanto tempo a frágil aliança entre Milei e Villarruel ainda poderá durar.