
Não é segredo que o mundo vive um momento político turbulento. Mas enquanto os holofotes globais se voltam para a retórica inflamada de Donald Trump nos Estados Unidos, aqui no Brasil, metade da população parece dizer: "Isso não me diz respeito".
Uma pesquisa recente — daquelas que fazem você coçar a cabeça e pensar "será mesmo?" — revelou que 50% dos brasileiros afirmam que o ex-presidente americano não influencia suas decisões na urna. E olha que não estamos falando de eleições municipais, mas do cenário político como um todo.
O que explica essa indiferença?
Especialistas apontam três fatores principais:
- Foco nos problemas locais: Com inflação alta e desemprego persistente, o brasileiro médio tem preocupações mais urgentes que debates sobre o muro na fronteira mexicana.
- Cansaço da polarização: Depois de anos de radicalização política doméstica, muitos eleitores desenvolveram uma espécie de "alergia" a figuras controversas, independentemente de sua nacionalidade.
- Distância geopolítica: Apesar da importância dos EUA, a percepção é que as políticas de Trump têm impacto limitado no cotidiano do cidadão comum brasileiro.
"É curioso", comenta o cientista político Carlos Mendes, "mas parece que quanto mais barulho Trump faz no palco internacional, menos eco encontra em parte do eleitorado brasileiro. Quase como se fosse um reality show distante."
E os outros 50%?
Agora, não vá pensando que todo mundo está cuspindo no prato do magnata americano. A outra metade — especialmente entre eleitores mais engajados politicamente — enxerga Trump como:
- Um símbolo perigoso do populismo de direita
- Um contraponto necessário ao "globalismo"
- Um termômetro para medir as próprias convicções políticas
"Tem gente que usa Trump como referência, mesmo sem querer", explica a socióloga Ana Beatriz Rocha. "Quando alguém diz 'não quero um Trump brasileiro', já está, de certa forma, sendo influenciado por ele."
No fim das contas, a pesquisa revela um dado intrigante sobre a psique política nacional: enquanto o mundo discute obsessivamente cada tuíte do ex-presidente americano, boa parte do Brasil segue tocando a vida, mais preocupada com o preço do feijão do que com os dramas da Casa Branca.
E você? Acha que figuras internacionais como Trump deveriam ter mais peso no debate político brasileiro? Ou concorda com a maioria que prefere focar nos problemas de casa? A discussão — como tudo na política — está longe de ter um consenso.