
E aí, o que dizer de mais um capítulo dessa novela que é a política brasileira? O presidente Lula saiu do silêncio nesta terça-feira e soltou o verbo sobre a queda da Medida Provisória 1.268 — aquela que liberaria uma baita grana, R$ 26 bilhões, para obras paradas pelo país afora.
E olha só como ele colocou: "Não foi uma derrota do governo, foi uma derrota do país". Forte, né? O tom era de quem tenta transformar um revés político num alerta sobre os rumos da nação.
O jogo político que virou contra
Parece que o Planalto subestimou — e muito — a articulação da oposição no Congresso. A base governista simplesmente não conseguiu segurar a onda, e a MP caiu por 54 votos a 19 no plenário do Senado. Uma goleada, pra ser sincero.
Lula, é claro, não ficou satisfeito. "O governo não perdeu, o país perdeu", insistiu ele, com aquela cara de poucos amigos que conhecemos bem. E completou, não sem certa ironia: "Quem acha que derrotou o governo, na verdade derrotou o povo brasileiro".
Os números que ficaram pelo caminho
Pensa na dimensão do que foi engavetado:
- R$ 26 bilhões em investimentos públicos simplesmente congelados
- Obras em todos os cantos do país afetadas
- Recursos que já estavam previstos no Orçamento, mas que precisavam desse aval extra
É dinheiro que deixa de circular, emprego que não surge, desenvolvimento que fica na promessa. Uma situação dessas dói no presente e compromete o futuro — não tem como negar.
E agora, José?
O governo garante que não vai cruzar os braços. Segundo Lula, a equipe econômica já está buscando alternativas para destravar pelo menos parte desses recursos. Mas a verdade é que o caminho agora é mais longo, mais burocrático e, convenhamos, mais incerto.
O presidente deixou claro que vê a derrubada como um tiro no pé do Congresso. "Eles acham que me derrotaram, mas quem perde mesmo é a população que precisa de estradas, hospitais, escolas", disparou, sem meias palavras.
E cá entre nós, tem um sabor amargo de déjà vu — quantas vezes já vimos essa dança entre Executivo e Legislativo travando o que poderia avançar?
O recado que ficou
Mais do que uma simples disputa por recursos, esse episódio revela as fraturas expostas da relação entre Palácio do Planalto e Congresso Nacional. Lula tenta emplacar a narrativa de que a derrota é coletiva, enquanto a oposição comemora o que chama de "freio nos gastos".
No fim das contas, o que importa mesmo é saber quando — e se — esses R$ 26 bilhões vão sair do papel e chegar onde são necessários. Porque obra parada é como promessa de político: todo mundo ouve, poucos acreditam, e quase ninguém vê acontecer.
O tempo, como sempre, dirá quem tinha razão nesse cabo de guerra que mistura números, política e — não podemos esquecer — a vida real das pessoas.