
O clima em Brasília estava pesado, daqueles que dava pra cortar com faca. Na reunião ministerial desta segunda-feira, o presidente Lula não economizou nas palavras — e olha que estamos falando de um cara que já viu de tudo nessa vida política.
O elefante na sala? O tal do "tarifaço" que tá deixando todo mundo de cabelo em pé. Lula, num misto de frustração e realismo político, admitiu o óbvio: a conta chegou e alguém tem que pagar. Não é bonito, não é popular, mas é a herança maldita que ficou, como ele mesmo deixou claro.
As Contas que Não Fecham
O presidente foi direto ao ponto: "O pessoal acha que a gente pode fazer mágica". A verdade nua e crua é que o governo herdou um rombo bilionário do setor elétrico — coisa de R$ 70 bilhões, um número que dói só de pronunciar.
E aqui vem a parte que mais pegou: Lula basicamente disse que Bolsonaro sabotou o país ao segurar tarifas artificialmente em ano eleitoral. Uma jogada política que agora quebra o país na conta. Não é acusação leve, mas o tom era de quem apresenta fatos, não opiniões.
O Assunto Mais Espinhoso
Quando o tema Israel entrou em pauta, a temperatura na sala subiu uns dez graus. Lula não ficou em meias-palavras: classificou as ações israelenses como "genocídio" — termo forte, pesado, do tipo que causa arrepios na diplomacia.
Mas não parou por aí. Ele mirou direto no presidente Bolsonaro, acusando-o de transformar o Brasil num "pária internacional". Uma crítica feroz à política externa do governo anterior, que isolou o país de praticamente todo mundo.
Os Ministros na Mira
E não pense que a turma do primeiro escalão saiu ilesa. Lula deu pito geral — da equipe econômica à comunicação. A mensagem foi clara: chega de jogar problema pra escanteio e esperar que se resolva sozinho.
O ministro Fernando Haddad, da Economia, ouviu cobranças sobre a demora em enviar medidas ao Congresso. Já a equipe de comunicação levou uma dura por não conseguir explicar direito a crise energética para João e Maria lá na ponta.
E tem mais: Lula quer ação imediata no Congresso para votar projetos que desonrem a conta de luz. A ordem é clara: não dá pra ficar esperando o tempo político melhorar.
Um Governo sob Pressão
O que ficou claro nessa reunião é que o governo tá numa encruzilhada. De um lado, a necessidade impopular de ajustar contas. Do outro, a pressão política e social de quem já tá no limite.
Lula parece ciente do tamanho do buraco. Mas deixou claro que prefere enfrentar a realidade agora do que empurrar com a barriga e deixar a bomba estourar depois.
Uma coisa é certa: os próximos meses serão decisivos. E o fantasma do tarifaço vai assombrar cada decisão deste governo.