
Num tom que misturava firmeza e pragmatismo, o presidente Lula soltou o verbo nesta quarta-feira sobre as relações do Brasil com os Estados Unidos. E deixou claro: o país não vai baixar a cabeça, mas também não está afim de arrumar confusão.
"Tem gente que acha que a gente tem que sair no tapa com os americanos. Bobagem. O Brasil não é republiqueta, mas também não é doido de querer encrenca", disparou, com aquela cara de quem já viu muito peixe grande nadando por aí.
O jogo diplomático
Entre um gole de café e outro, Lula explicou a estratégia - ou melhor, o "jeitinho brasileiro" de lidar com as potências. "Diplomacia não é briga de torcida organizada. É saber quando avançar e quando recuar, igual jogo de xadrez", filosofou, enquanto mexia nos papéis da mesa.
E completou, com um sorriso maroto: "A gente conversa, negocia, mas não aceita patada. Simples assim."
Os números que pesam
- Comércio bilateral bateu recorde em 2024
- Investimentos americanos cresceram 12% no último ano
- 73% dos brasileiros apoiam relação equilibrada com EUA
Não é questão de medo, mas de cálculo frio. Como diria o velho ditado: "Com os americanos não se brinca, mas também não se foge".
O pulo do gato
O que mais chamou atenção foi como Lula conseguiu mandar dois recados numa frase só. Ao mesmo tempo que cortava o barato dos críticos - aqueles que dizem que o Brasil fica "se arrastando" perante Washington -, também dava um puxão de orelha nos radicais que pregam ruptura.
"Soberania não se grita, se pratica", resumiu, enquanto ajustava o paletó. E arrematou: "E a nossa está mais forte do que nunca."
Parece que o velho lobo do sindicalismo ainda sabe jogar o jogo - e como. Resta saber se os parceiros internacionais vão entender as entrelinhas desse samba-do-crioulo-doido chamado política externa brasileira.