
Numa jogada que mistura diplomacia e pragmatismo econômico, o presidente Lula recebeu nesta segunda-feira (18) seu homólogo equatoriano, Daniel Noboa, no Palácio do Planalto. O encontro – que mais parecia um jogo de xadrez comercial – tinha um objetivo claro: abrir portas para nossos produtos além das fronteiras tradicionais.
"Não dá pra ficar dependendo só dos mesmos compradores", comentou um assessor presidencial nos bastidores, enquanto serviam cafezinhos típicos do Cerrado. E a estratégia parece fazer sentido: com a economia global mais instável que barco em mar revolto, diversificar é questão de sobrevivência.
O que estava em jogo?
Na mesa de negociações, itens que fazem o Brasil ser reconhecido mundialmente:
- Carnes que são pura arte da pecuária
- Grãos que alimentam nações
- Tecnologia agrícola de ponta
- E até mesmo soluções em energias renováveis
O Equador, por sua vez, demonstrou interesse que surpreendeu até os negociadores mais experientes. "Eles vieram com uma lista de demandas específicas", revelou uma fonte do Itamaraty, pedindo anonimato.
Além do óbvio
Enquanto a imprensa focava nos números e estatísticas, detalhes curiosos passavam despercebidos. Como o fato de Noboa ter elogiado – com genuíno entusiasmo – o café brasileiro servido durante o encontro. "Isso também é exportação de cultura", brincou um ministro, entre um gole e outro.
E não foi só isso. O presidente equatoriano, conhecido por seu estilo direto, chegou a sugerir parcerias em áreas inusitadas: de moda sustentável a tecnologia educacional. Prova de que, no comércio exterior contemporâneo, as fronteiras entre setores estão cada vez mais fluidas.
O clima? Mais descontraído que o habitual nesse tipo de reunião. Tanto que, em certo momento, Lula interrompeu os tradutores para contar uma história sobre sua primeira visita ao Equador nos anos 2000. "Foi quando entendi o potencial dessa relação", confessou, num raro momento de informalidade.
E agora?
Os próximos passos incluem:
- Grupos técnicos analisando barreiras comerciais
- Missões empresariais cruzando o Pacífico
- Acordos setoriais sendo costurados nos bastidores
"Isso aqui não é sprint, é maratona", filosofou um diplomata ao final do encontro. E ele tem razão – afinal, construir pontes comerciais leva tempo. Mas os primeiros passos, esses já foram dados com solidez.
Resta saber se outras nações seguirão o exemplo equatoriano. Por enquanto, o Brasil parece ter encontrado um parceiro disposto a pensar fora da caixa – e isso, convenhamos, já é um bom começo.