
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (11) que manterá o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), mas deixou a porta aberta para revisões em pontos específicos. Em tom de alerta, o mandatário também ameaçou cortar emendas parlamentares caso haja resistência excessiva às medidas econômicas do governo.
IOF: manutenção com possíveis ajustes
Durante coletiva em Brasília, Lula reafirmou a decisão de elevar a alíquota do IOF, medida que já havia sido anunciada pelo Ministério da Fazenda. "Vamos manter o aumento, mas estamos dispostos a ouvir sugestões", declarou o presidente, sem entrar em detalhes sobre quais aspectos poderiam ser revistos.
Analistas econômicos apontam que a medida busca aumentar a arrecadação federal em um momento de ajuste fiscal, mas tem gerado críticas de setores do mercado financeiro.
Corte de emendas como moeda de troca
Em um momento mais contundente de seu discurso, Lula fez um alerta direto ao Congresso Nacional: "Se querem dificultar nosso trabalho de recuperação econômica, nós também podemos dificultar algumas coisas", disse, em clara referência às emendas parlamentares.
Essa não é a primeira vez que o governo federal sinaliza usar o orçamento como instrumento de negociação política. Especialistas em relações institucionais avaliam que se trata de uma estratégia arriscada, que pode tanto garantir apoio quanto ampliar atritos com o Legislativo.
Impactos na economia
O aumento do IOF deve afetar principalmente:
- Operações de crédito
- Seguros
- Títulos e valores mobiliários
Setores impactados já manifestaram preocupação com possíveis efeitos negativos no consumo e nos investimentos. O governo, por sua vez, argumenta que a medida é necessária para equilibrar as contas públicas sem cortar programas sociais.