
O clima esquentou no cenário político brasileiro nesta quarta-feira. E não foi por causa do verão antecipado - mas sim das palavras duríssimas que saíram da boca do presidente Lula.
Num discurso que mais parecia um rojão em dia de São João, o mandatário não economizou críticas ao deputado Eduardo Bolsonaro. "Esse moleque", como se referiu ao parlamentar, "é um traidor de 215 milhões de brasileiros". Palavras fortes, que ecoaram pelos corredores do Planalto.
O estopim da crise
Tudo começou com declarações recentes do filho do ex-presidente sobre políticas governamentais. Segundo fontes próximas ao Palácio, Lula teria ficado "furioso" com as afirmações - tanto que resolveu responder pessoalmente, sem meias palavras.
"Quando alguém trabalha contra o interesse do povo, não merece respeito", disparou o presidente, com aquele jeito mineiro de quem fala manso mas carrega o peso das palavras. "E olha que eu sou paciente, viu? Mas tem limite pra tudo."
Repercussão imediata
Nas redes sociais, a briga pegou fogo mais rápido que churrasqueira no domingo. De um lado, apoiadores do governo comemorando a "chapuletada" do presidente. Do outro, aliados de Bolsonaro defendendo o deputado e acusando Lula de "autoritarismo".
Especialistas em política ouvidos pela reportagem avaliam que o episódio marca um novo capítulo na já turbulenta relação entre os dois campos. "Isso aqui não é briga de torcida organizada", comentou um analista, pedindo anonimato. "São posições antagônicas que refletem a divisão do país."
Enquanto isso, nas ruas, o cidadão comum parece mais preocupado com o preço do feijão do que com essa rincha política. "Tá todo mundo brigando e o povo que se vire", resumiu uma dona de casa, enquanto fazia compras no mercado.