Lula busca apoio dos BRICS e OMC contra tarifas internacionais: estratégia ou aposta arriscada?
Lula articula BRICS e OMC contra tarifas internacionais

Numa jogada que mistura diplomacia e urgência econômica, o governo Lula decidiu apertar os botões de contatos internacionais. O alvo? As tarifas que estrangulam nossas exportações. E o método? Uma combinação inusitada de articulação com os BRICS e pressão na OMC.

O xadrez das tarifas

Enquanto o café esfria nos gabinetes de Brasília, a equipe econômica trabalha a todo vapor. A ideia é simples — pelo menos no papel: formar uma frente comum com outros emergentes para enfrentar o protecionismo dos países ricos. Mas será que essa estratégia cola?

"É como tentar organizar um churrasco onde cada convidado quer levar só a cerveja", brinca um diplomata, sob condição de anonimato. A referência? As dificuldades de alinhar interesses tão diversos como China, Índia e África do Sul.

Dois caminhos, um objetivo

O plano tem duas pernas:

  • No clube dos BRICS: Tentar costurar uma posição conjunta antes da próxima cúpula
  • Na OMC: Acionar mecanismos de disputa e pressionar por reformas nas regras

O problema? Enquanto isso, os prejuízos acumulam. Só no setor agrícola, as perdas com barreiras chegam a US$ 5 bi anuais — dinheiro que faria falta em qualquer carteira.

Os obstáculos no caminho

Não vai ser moleza. A equipe econômica sabe que está entrando num campo minado:

Primeiro, tem a questão da guerra comercial China-EUA, que deixou todo mundo com o pé atrás. Depois, a própria OMC anda capenga — sem diretor-geral efetivo há meses. E pra completar? Os europeus não parecem muito dispostos a abrir mão de seus subsídios agrícolas.

"É tipo chegar num baile onde todos já formaram seus pares", compara um assessor do Itamaraty. A diferença é que aqui, o preço do ingresso sai do bolso do contribuinte.

E agora?

Os próximos meses serão decisivos. Se a estratégia der certo, o Brasil pode conseguir algum alívio nas tarifas que mais machucam. Se falhar... Bem, sempre resta a velha cartilha: diversificar mercados e torcer para o dólar não subir muito.

Uma coisa é certa: nesse jogo de xadrez comercial, o governo está apostando suas melhores peças. Resta saber se o adversário vai jogar pelo mesmo livro de regras.