
Parece que o barco afundou antes de chegar ao porto. O terceiro mandato do governo federal encerra seu ciclo com um rombo que dá calafrios: quase R$ 400 bilhões fora da meta fiscal estabelecida. Um número que, convenhamos, não é para amadores.
Os técnicos do Tesouro Nacional — aqueles que vivem de calculadora na mão — já estão com os cabelos em pé. O que era para ser um caminho reto virou uma estrada esburacada, cheia de desvios inesperados. E olha que nem estamos falando de obras públicas!
Onde foi parar o dinheiro?
Ah, a pergunta que não quer calar. Segundo fontes próximas ao Ministério da Economia (que pediram para não ter seus nomes estampados), o buraco tem várias origens:
- Gastos emergenciais com calamidades que pipocaram pelo país
- Arrecadação fiscal mais murcha que balão de São João
- Despesas obrigatórias que cresceram como mato no período chuvoso
Não bastasse isso, parece que o "pé de meia" do governo tinha mais furos que queijo suíço. Os números preliminares mostram que o déficit primário — aquele que dói no bolso do contribuinte — ficou na casa dos 2,5% do PIB. Algo como tentar encher uma piscina olímpica com copo descartável.
E agora, José?
Os economistas mais cascudos já estão fazendo cara de paisagem. Alguns até arriscam dizer que levará no mínimo dois mandatos para colocar as contas nos trilhos — e olhe lá! Enquanto isso, o mercado financeiro parece um galinheiro com raposa solta, com o dólar dando piruetas e os juros futuros em sobressalto.
O Palácio do Planalto, por sua vez, joga a culpa no "cenário internacional adverso" e em "heranças malditas". Mas convenhamos: quando a casa pega fogo, não adianta discutir quem deixou o cigarro aceso. O importante é apagar as chamas antes que vire cinzas.
Uma coisa é certa: o próximo governo vai herdar não só a faixa presidencial, mas também uma conta que nem o cartão de crédito mais generoso conseguiria absorver. Resta saber se terá estômago — e capital político — para as medidas impopulares que virão.