
Não é todo dia que um político recebe flores — no sentido figurado e literal. Mas para o deputado federal Gilberto Abramo (Republicanos), essa quinta-feira (08/08) ficará marcada na memória. Na sede da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em Belo Horizonte, o parlamentar foi surpreendido com uma comenda que mais pareceu um abraço coletivo.
Quem conhece o mineiro de Montes Claros sabe: ele não é de se emocionar fácil. Dessa vez, porém, o discurso travou por uns bons segundos. "É como receber um presente das mãos da própria terra que você jurou servir", soltou, entre um sorriso meio desconcertado e os olhos brilhando — coisa rara pra quem vive no circo de Brasília.
Por trás da placa
A tal homenagem não veio do nada. Abramo tem nas costas quase duas décadas de mandatos alternados entre Câmara Municipal e Câmara Federal. Algo sobre ponte entre municípios e União, dizem os entendidos. Mas o que realmente pesou foi aquela teimosia típica de quem nasceu no interior:
- Luta ferrenha por verbas pra saúde no Norte de Minas
- Projetos de irrigação que fizeram seca virar passado em três cidades
- Aquela mania chata de fiscalizar cada centavo de emenda parlamentar
Numa época em que político vira meme por qualquer bobagem, ver um sendo aplaudido de pé — com direito até a aquela tia do cafezinho emocionada no canto — é cena que renova a esperança. Ou pelo menos faz a gente pensar: "Caramba, ainda existem uns assim?"
O clima na casa
A ALMG tava com aquela atmosfera de reunião de família grande. Uns 40 deputados estaduais, vários prefeitos da região (até de municípios que nem são da base dele), e até um ex-governador apareceu só pra "dar um abraço". Coisa fina.
O presidente da Assembleia, que normalmente tem agenda cronometrada, deixou o protocolo de lado por meia hora. "Tem horas que a política precisa parar pra lembrar por que a gente começou", soltou, num raro momento de poesia institucional.
Enquanto isso, Abramo — homem que normalmente discursa com dados na ponta da língua — ficou meio sem jeito com tanto afeto. Chegou a brincar: "Agora vou ter que trabalhar o dobro pra não fazer feio". Mineirice pura.