
Desde 1992, o Congresso Nacional brasileiro derrubou apenas três decretos presidenciais, um número que chama a atenção pelo baixo índice de intervenção legislativa em medidas do Executivo. O último caso ocorreu há mais de três décadas, evidenciando um padrão de rara confrontação entre os poderes.
O que dizem os números?
De acordo com dados históricos, a última vez que o Congresso derrubou um decreto presidencial foi em 1992, durante o governo de Fernando Collor. Desde então, nenhuma medida similar foi tomada, mesmo com a alternância de partidos no poder e mudanças significativas no cenário político.
Por que isso acontece?
Especialistas apontam que essa baixa interferência pode ser explicada por diversos fatores:
- Acordos políticos: Muitas vezes, o Executivo negocia com o Legislativo antes de emitir decretos, evitando conflitos.
- Natureza dos decretos: A maioria trata de temas técnicos ou administrativos, sem grande impacto político.
- Dificuldade processual: O processo para derrubar um decreto é complexo e exige maioria qualificada.
Impacto no equilíbrio de poderes
A raridade dessas derrubadas levanta debates sobre o equilíbrio entre os poderes. Enquanto alguns defendem que o Legislativo deveria ser mais ativo no controle do Executivo, outros argumentam que a baixa interferência reflete um sistema que prioriza a governabilidade.
O tema ganha relevância especialmente em momentos de crise política, quando a relação entre os poderes fica mais tensionada. Analistas sugerem que o Congresso poderia usar mais esse mecanismo como forma de fiscalização, mas o cenário atual indica que a prática deve continuar sendo exceção, não regra.