
Era uma vez um país que acordou e decidiu brincar de roleta russa com o próprio futuro. Não, não é ficção - é o Brasil de 2025, onde o surrealismo burocrático e a criatividade para inventar novos problemas atingiram níveis dignos de Gabriel García Márquez em seus dias mais inspirados.
O que dizer de uma nação que, enquanto o mundo discute inteligência artificial, ainda debate se a Terra é plana? Enquanto isso, nas terras tupiniquins, a inflação faz malabarismos dignos de circo, o dólar sobe mais rápido que foguete de São João, e o Congresso parece ter adotado o lema "quanto pior, melhor".
O Teatro do Absurdo
Na última semana, assistimos a cenas que fariam até o mais criativo roteirista de novela duvidar:
- Um ministro que jurou solenemente desconhecer sua própria pasta (e levou a sério demais o compromisso)
- Projetos de lei que parecem ter sido escritos durante uma ressaca de carnaval
- E aquele velho hábito brasileiro de achar que tudo se resolve com um "jeitinho" e uma oração forte
Não é à toa que os gringos nos olham com uma mistura de fascínio e terror - como quem assiste a um acidente de trânsito em câmera lenta, mas não consegue desviar o olhar.
A Economia da Fantasia
Os números não mentem - mas no Brasil, eles fazem malabarismos. A inflação oficial? Uma piada pronta. O dólar paralelo? Mais confiável que o amor de ex. E o povo, esse herói anônimo, continua inventando modos de sobreviver num país que parece ter declarado guerra contra seus próprios cidadãos.
"É só uma fase", dizem os otimistas. "Fase dura 40 anos?", rebatem os realistas. Enquanto isso, nas ruas, a criatividade brasileira se manifesta em bicos, gambiarras e uma resiliência que, convenhamos, já deveria ter virado commodity de exportação.
O Que Resta de Nós
No meio desse pandemônio, porém, há esperança - ou pelo menos um senso de humor peculiar. O brasileiro médio desenvolveu uma capacidade impressionante de rir da própria desgraça, transformando cada novo absurdo em meme antes mesmo de virar notícia.
Talvez seja essa nossa verdadeira riqueza nacional: a capacidade de dançar samba no convés do Titanic enquanto ele afunda. E, quem sabe, no meio dessa dança, a gente não descubra um jeito de consertar o barco?
Uma coisa é certa: se algum dia essa história virar livro, vão dizer que é ficção. Nenhum escritor ousaria inventar tanta loucura.