
Parece até roteiro de filme distópico, mas é pura realidade: o Brasil, esse gigante de pés de barro, está à deriva. Não é exagero dizer que vivemos tempos de quase-ficção, onde o absurdo virou rotina e o impensável, trivial.
O País das Maravilhas às Avessas
Quem diria que chegaríamos aqui? O cenário político atual lembra aquelas fábulas morais que ouvíamos na infância — só que sem moral alguma. De repente, nos vemos num jogo de xadrez onde as peças se movem sozinhas, as regras mudam a cada jogada e ninguém sabe direito quem está ganhando.
E o pior? A gente acostuma. Como diz o ditado, "água mole em pedra dura, tanto bate até que fura". Só que no nosso caso, a pedra já furou faz tempo e agora estamos todos ensopados na enxurrada de contradições.
Entre a Cruz e a Caldeirinha
Não é simples apontar culpados — a coisa é bem mais embaixo. Temos:
- Instituições que mais parecem castelos de areia na maré alta
- Lideranças que prometem mundos e fundos, mas entregam... bem, você sabe
- Uma população dividida entre a esperança teimosa e o cinismo pragmático
E no meio disso tudo, o cidadão comum, aquele que paga impostos e tenta sobreviver no dia a dia, fica se perguntando: "Cadê o meu lugar nessa história?"
O Futuro é um Espelho Embaciado
Olhando pra frente, as perspectivas são... digamos, interessantes. Não no bom sentido. É como tentar enxergar através de um vidro sujo — você até vê vultos se movendo, mas não consegue distinguir se são amigos ou inimigos.
Alguns especialistas — aqueles que ainda têm estômago para analisar a situação — falam em "crise de identidade nacional". Outros preferem o termo "tempestade perfeita". Eu, particularmente, acho que estamos mais para um paciente em coma induzido: vivo, mas sem reagir aos estímulos.
E Agora, José?
Diante desse quadro, sobra a pergunta que não quer calar: tem saída? Bom, se depender só dos políticos, acho melhor irmos nos acostumando com o caos. Mas se tem uma coisa que a história nos ensina é que o brasileiro é especialista em dar jeitinho.
Talvez — e aqui vai um pensamento meio herético — a solução esteja justamente em parar de esperar por salvadores da pátria e começar a agir nas pequenas esferas. Afinal, como dizia meu avô, "casa arrumada começa pelo quintal".
No fim das contas, o Brasil pode até estar na bacia das almas, mas almas têm uma mania chata de não desaparecerem tão fácil assim. E enquanto houver gente disposta a remar contra a maré — mesmo que seja com colher de chá —, ainda há esperança. Ou pelo menos, é no que prefiro acreditar.