
Não é todo dia que um país respira o ar pesado da mudança — mas a Bolívia está fazendo exatamente isso. Enquanto filas se formam diante das seções eleitorais, o clima é de um misto de esperança e apreensão. Afinal, decidir o futuro de uma nação nunca foi tarefa fácil, ainda mais quando a economia dá sinais claros de cansaço.
Os números não mentem: inflação em alta, desemprego batendo na porta e uma moeda que parece ter perdido o rumo. "Estamos entre a cruz e a espada", comenta um eleitor de La Paz, enquanto ajusta a máscara no rosto. E ele não está sozinho nesse sentimento.
O jogo político em xeque
Se tem uma coisa que ninguém discute é que o tabuleiro político boliviano está virado de ponta-cabeça. Depois de anos de polarização, os candidatos desta eleição parecem ter entendido (finalmente!) que o povo quer menos discurso e mais ação. Mas será que vão cumprir?
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Nas ruas, o debate esquenta — literalmente. Com temperaturas recorde e máscaras faciais, os eleitores mostram uma paciência que beira o heroísmo. "Já perdi as contas de quantas eleições vivi", ri uma senhora de Cochabamba, enquanto espera sua vez. "Mas essa parece diferente."
Economia: o elefante na sala
Ah, a economia... Esse é o calcanhar-de-aquiles que nenhum candidato consegue esconder. Com o preço do gás — principal produto de exportação — em queda livre, o próximo presidente terá que fazer malabarismos dignos de circo para equilibrar as contas.
E não pense que é só isso: pandemia, desaceleração chinesa, crise global... Parece que a Bolívia resolveu enfrentar todos os desafios de uma vez só. "É como tentar apagar incêndio com copo d'água", filosofa um economista local, entre um gole de café e outro.
Enquanto as urnas não são abertas, uma coisa é certa: os bolivianos estão escrevendo mais um capítulo de sua história — com lápis ou caneta, mas com a certeza de que o futuro não espera.