
Parecia que o tradicional açaí do Pará ficaria de fora do maior evento ambiental do planeta — mas a história tomou um rumo inesperado. Nesta quarta, o governo federal deu um jeitinho brasileiro e conseguiu reverter a proibição que ameaçava deixar os stands da COP30 sem o nosso ouro roxo.
Pra quem não acompanhou o rolo todo: na semana passada, uma decisão judicial — dessas que a gente só descobre depois que virou notícia — barrou a venda do açaí durante a conferência climática em Belém. Motivo? Uma briga antiga entre produtores e fiscalização sanitária que, convenhamos, não podia ter pegado pior timing.
O apelo que mudou o jogo
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, quase entrou em parafuso quando soube. "É como proibir feijoada no Rio ou acarajé na Bahia", disparou, enquanto articulava com a AGU um recurso urgente. Do outro lado, os produtores paraenses — que já estavam com os freezers cheios e os copos prontos — viram meses de preparo ir por água abaixo.
Mas aí veio a reviravolta:
- A AGU argumentou que a proibição feriria tradições culturais
- Apresentou laudos comprovando a qualidade do produto
- Lembrou que o açaí é símbolo da bioeconomia amazônica — justo num evento sobre sustentabilidade
Resultado? A Justiça Federal cedeu. "Decisão acertada", comemorou o governador Helder Barbalho, enquanto produtores locais respiravam aliviados. Afinal, estamos falando de um setor que movimenta R$ 5 bi por ano só no Pará.
O que muda agora
Com a liminar derrubada, os visitantes da COP30 poderão:
- Experimentar açaí de verdade — não essas versões "adaptadas" que às vezes aparecem no Sudeste
- Conhecer cadeias produtivas sustentáveis da floresta em pé
- Gerar renda para comunidades tradicionais
Detalhe curioso: a organização do evento já previa um "Espaço Açaí" com rodas de conversa sobre bioeconomia. Ia ser irônico debater o fruto sem poder servi-lo, não?
Resta saber se a polêmica voltará à tona — porque, entre nós, quando o assunto é fiscalização sanitária no Brasil, a gente sabe que o "game" nunca termina de verdade. Mas por enquanto, é tiquinho de vitória pra cultura amazônica.