O Brasil parece ter dado seu veredito: seis em cada dez eleitores não querem nem ouvir falar em candidato que prometa anistiar Jair Bolsonaro. É o que revela a última pesquisa Datafolha, que sacudiu o cenário político esta semana.
Os números são claros como água de coco no verão carioca: 61% dos entrevistados disseram que não votariam em quem defendesse esse tipo de medida. Só 34% se mostraram abertos à ideia - e mesmo assim, será que não estão só torcendo o nariz pra pesquisa?
Divisão que corta como faca
Olhando de perto, os dados mostram uma cisão que vai além do esperado. Entre os que ganham até 2 salários mínimos, a rejeição chega a 65%. Já na classe média alta (5 salários ou mais), cai para 54%. Diferença que faz pensar, não?
- Nordeste lidera a rejeição: 70% contra
- Sudeste mostra divisão mais equilibrada: 58% rejeitam
- Entre evangélicos, 52% são contra - surpresa?
"Isso aqui não é brincadeira de criança", comentou um analista político que preferiu não se identificar. "Quando quase dois terços do eleitorado fecha a porta pra essa discussão, o recado tá dado."
E os bolsonaristas?
Pois é, até entre os que votaram no ex-presidente em 2022, 28% disseram que não apoiariam um candidato com essa bandeira. Número que pode parecer pequeno, mas que faz diferença num jogo onde cada voto conta.
O timing dessa pesquisa não poderia ser mais interessante - ou mais inconveniente, dependendo de que lado você está. Com as eleições municipais se aproximando, muitos tentam ler nas entrelinhas o que esses números significam na prática.
Será que algum partido vai ter coragem de pegar esse abacaxi com as duas mãos? Ou vão deixar quieto como panela de pressão no fogo alto? O tempo - e as próximas pesquisas - dirão.
