
Eis que o presidente Lula solta uma bomba sobre a COP30 — e não é sobre metas climáticas. Em um tom que mistura realismo puro e uma pitada de provocação, ele simplesmente jogou no colo de todos uma constatação que muita gente já desconfiava: Belém não está perfeita para receber o maior evento ambiental do planeta.
"Vamos fazer uma COP da verdade, não do luxo", disparou o presidente, sem rodeios. E a verdade, convenhamos, às vezes dói. A cidade enfrenta problemas sérios de infraestrutura — e Lula preferiu o caminho da transparência em vez do discurso politicamente correto.
O barco presidencial: simbolismo ou necessidade?
Mas a cereja do bolo veio quando ele revelou seus planos de hospedagem. "Vou dormir num barco", anunciou, deixando todos com a pulga atrás da orelha. Será um gesto simbólico para mostrar simplicidade? Uma solução prática para a falta de estrutura hoteleira? Ou simplesmente o jeito marítimo de encarar os problemas?
O fato é que a imagem do presidente balançando nas águas do Rio Guamá enquanto delegações internacionais desembarcam em Belém tem seu quê de poético — e também de muito realista.
Os desafios que Belém enfrenta
A situação não é fácil, e Lula não fez questão de esconder:
- Infraestrutura hoteleira limitada para receber tantas delegações
- Problemas de mobilidade urbana que precisam de soluções urgentes
- A necessidade de mostrar uma Amazônia real, não apenas a dos cartões postais
"Temos problemas, vamos admitir", reconheceu o presidente, mostrando uma postura rara entre políticos — a da honestidade brutal.
Uma COP diferente de todas as outras
Parece que a COP30 promete ser aquela conversa de botas sujas de barro em vez de salões com carpete. Lula deixa claro: não virá para impressionar com ostentação, mas para mostrar a realidade nua e crua da região amazônica.
E tem algo de genial nessa abordagem. Enquanto outras COPs acontecem em cidades superpreparadas, Belém — com seus percalços — pode acabar sendo o palco perfeito para discutir mudanças climáticas. Afinal, a crise ambiental não é exatamente sobre conforto, não é mesmo?
O presidente ainda soltou uma que deve ecoar pelos corredores do poder: "O importante é que vamos receber bem todo mundo". A pergunta que fica: o que significa "receber bem" quando você mesmo admite os problemas?
Talvez seja exatamente isso — a capacidade de abraçar as imperfeições e ainda assim fazer acontecer. A COP30 em Belém promete ser, no mínimo, autêntica. E no mundo maquiado das conferências internacionais, isso já é um respiro de ar puro.