Numa daquelas reuniões que podem definir os rumos do país — e porque não dizer do planeta? —, os governadores estaduais desembarcaram em Belém nesta terça-feira (13) com uma missão nada simples: costurar um posicionamento coeso do Brasil para a COP 30. A conferência, que colocará os holofotes mundiais sobre a Amazônia em 2025, exige mais do que discursos bonitos. Exige ação.
E olha que o clima (sem trocadilho) foi de união, pelo menos aparentemente. "Não temos tempo a perder", soltou um dos participantes entre um café e documentos. "Ou nos unimos agora, ou seremos lembrados como a geração que assistiu ao colapso." Duro? Sim. Mas necessário.
O que está em jogo
Entre os temas que esquentaram os debates:
- O eterno dilema: como conciliar desenvolvimento econômico com preservação ambiental (ninguém disse que seria fácil)
- Os mecanismos de financiamento internacional para projetos verdes — dinheiro que, convenhamos, nunca chega na velocidade que precisamos
- A posição do Brasil sobre créditos de carbono, tema que divide até os especialistas
Curiosamente, enquanto os termômetros marcavam 32°C lá fora, dentro do centro de convenções o assunto era justamente como frear o aquecimento global. Ironias à parte, Belém não foi escolhida à toa como sede do encontro pré-COP. A cidade simboliza o desafio amazônico: urbanização acelerada cercada pela maior floresta tropical do mundo.
E agora?
Os próximos passos incluem a elaboração de um documento conjunto — aquele tipo de texto que todo mundo assina mas poucos leem até o fim. Brincadeiras à parte, a expectativa é que as diretrizes saiam do papel antes da próxima reunião marcada para novembro.
Enquanto isso, os ambientalistas observam com um misto de esperança e ceticismo. "Já vimos esse filme antes", comentou uma ativista local, enquanto ajustava o boné com o logo da COP 30. Desta vez, porém, o palco é diferente. E as apostas também.
