
Parece que a roda da política ambiental girou de forma inesperada em Caldas, cidade mineira que agora se vê no centro de uma discussão quente. O Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) simplesmente deu uma volta de 180 graus numa decisão que parecia consolidada.
É aquela história: o que estava proibido agora está permitido. E o assunto não é qualquer um — trata-se da mineração de terras raras, esses minerais estratégicos que todo mundo quer mas ninguém quer por perto de casa.
O que mudou na prática
Agora ficou autorizada a exploração desses recursos minerais numa área de 44 hectares — para ter ideia, são mais ou menos 44 campos de futebol — que fica bem coladinha no Parque Estadual Serra da Pedra Branca. A empresa que puxou essa brincadeira chama-se Serra da Pedra Rare Earths.
O mais curioso é que o próprio Copam tinha barrado esse projeto em maio. Mas aí, sabe como é, a empresa recorreu, apresentou novos estudos, e o conselho acabou mudando de ideia. Coisa de política ambiental — às vezes o não de hoje vira sim amanhã.
E os ambientalistas?
Bom, dá pra imaginar que não ficaram nada contentes. A promessa é que haverão "medidas compensatórias robustas", mas todo mundo sabe que na prática essas compensações nem sempre compensam o que se perde de verdade.
O parque estadual é uma área de proteção integral, dessas que teoricamente deveriam estar blindadas contra esse tipo de atividade. Mas a legislação permite, sob certas condições, atividades no entorno. E é aí que mora o perigo — ou a oportunidade, dependendo de que lado você está.
Por que tanta confusão?
As terras raras são minerais valiosíssimos para a tecnologia moderna — celulares, carros elétricos, turbinas eólicas, tudo isso depende delas. O Brasil tem um potencial enorme, mas explorar isso sem destruir o meio ambiente é o grande desafio.
Em Caldas, a preocupação é com as nascentes, a fauna, a flora — todo aquele ecossistema que pode ser afetado pela mineração. Por outro lado, tem o argumento do desenvolvimento econômico, geração de empregos, soberania nacional sobre recursos estratégicos...
É daquelas situações em que não existe resposta fácil. E enquanto os debatedores discutem, a cidade aguarda para ver no que vai dar essa história.