
E aí, vamos conversar sobre essa bomba que a Câmara dos Deputados acabou de soltar? Pois é, meus amigos – aprovaram um projeto que, pasmem, vai derrubar árvores. Muitas árvores. Tudo em nome da tão falada "expansão" do Instituto Butantan.
Não é brincadeira não. A PL 495/2024, de autoria do deputado Ricardo Silva (PSD-SP), passou pela Comissão de Constituição e Justiça como se fosse água. E olha que o assunto é espinhoso, viu? A justificativa é que o Butantan precisa crescer, modernizar, abrir espaço para novos centros de pesquisa. Mas a pergunta que não quer calar: precisa mesmo ser assim, no trator e na motosserra?
O que diz, de fato, o projeto?
Bom, resumindo a ópera – a proposta basicamente dá aval para que a área do instituto, que hoje é considerada de relevante interesse ecológico (leia-se: protegida), possa ter parte de sua vegetação suprimida. Sim, cortada. E não é pouca coisa: estamos falando de um pedaço considerável daquele verde todo que a gente vê quando passa pela região.
Os defensores, claro, saíram com o discurso de sempre: "ah, é pelo progresso", "a ciência precisa disso", "vão compensar em outro lugar". Mas você aí, que já viu cada promessa ambiental ir pro ralo, deve estar com aquela pulga atrás da orelha. Eu pelo menos estou.
E o contraditório? Teve?
Teve, mas parece que não ecoou muito. Ambientalistas já soltaram foguetes de alarme – afinal, o Butantan não é "só" um centro de pesquisa de fama mundial. É também um fragmento importante de Mata Atlântica em plena selva de pedra paulistana. Abriga fauna, flora, regula o clima, ajuda na drenagem... enfim, coisas que concreto nenhum substitui.
E tem mais um detalhe, hein? O projeto ainda precisa passar pelo Senado. Ou seja, a briga – essa sim – vai esquentar de verdade. Vai ter pressão de todo lado: de um lado, os que apostam no desenvolvimento a qualquer custo; do outro, quem defende que progresso de verdade é aquele que não destrói o que já existe de bom.
No fim das contas, a pergunta que fica é das grandes: até onde vale a pena sacrificar o verde que nos resta em nome de mais um projeto de expansão? Será que não existem alternativas? Porque uma árvore grande assim, leva décadas pra ficar do jeito que está. E um tijolo, bem... um tijolo a gente coloca em qualquer lugar.
Fica o registro – e a pulga. Vamos acompanhar.