
Parece que finalmente a ficha está caindo. E não é que o Brasil, aquele mesmo país que vive no centro das polêmicas ambientais, pode ser justamente a peça-chave que o mundo precisa para resolver a maior encrenca do século? A conversa é séria, e vem de quem entende do riscado.
Luciana Antonini Ribeiro, uma das vozes mais respeitadas quando o assunto é finanças sustentáveis, soltou o verbo em uma entrevista de arrepiar. Ela não fica só no blá-blá-blá teórico. Aponta, com números e uma convicção que dá até orgulho, como este pedaço de terra tropical tem tudo – mas tudo mesmo – para virar o grande fornecedor global de soluções para o clima.
O Que Temos que o Mundo Precima (Desesperadamente)
Enquanto nações ricas quebram a cabeça para criar tecnologias caríssimas de captura de carbono, a gente já tem a solução funcionando há milênios: nossas florestas em pé. Só que a visão da Luciana vai muito, mas muito além disso. Ela enxerga um ecossistema completo.
- Biodiversidade que é um laboratório a céu aberto: Princípios ativos para remédios, biotecnologia, inovação... é uma mina de ouro verde que mal começamos a explorar.
- Matriz energética que é a inveja do mundo: Enquanto todo mundo ainda depende de carvão, a gente já tem vento, sol e água de sobra. É energia limpa saindo pelos olhos.
- Agricultura de baixo carbono não é ficção científica: Já está rolando no cerrado e nos pampas, produzindo comida e sequestrando carbono ao mesmo tempo. Quem dera a maioria dos países conseguiria fazer metade disso.
O pulo do gato, segundo ela, é parar de ser visto como um 'problema' a ser resolvido e começar a ser encarado como a 'solução' que todos procuram. Mudança de chave mental, né? Do jogador que comete faltas para o craque que decide o jogo.
O Xis da Questão: Dinheiro e Governança
Claro, não é só chegar e ser feliz. A especialista é a primeira a admitir. Dois gargalos enormes travam esse potencial todo: a falta de um marco regulatório que grite 'venham investir aqui!' e a imagem de instabilidade que o país ainda passa lá fora.
Os investidores internacionais, sabem como é, têm um pé atrás gigante. Amam a ideia, morrem de medo da execução. Eles precisam de segurança jurídica, de regras do jogo claras que não mudem de uma hora para outra. Querem saber se daqui a dez anos o projeto que eles botaram milhões ainda vai valer.
É aí que entra o trabalho de formiguinha – e de formigão – de convencimento. Mostrar que o Brasil é mais do que as manchetes negativas. É um país com gente competente, projetos sérios e uma vontade real de fazer diferente. A Luciana toca nesse ponto com uma franqueza rara: sem confiança, não saímos do lugar.
Não é Aposta, é Necessidade
O recado final é urgente. Essa não é uma conversa de 'ecochato' ou de sonhador. É puro pragmatismo econômico. A transição para uma economia de baixo carbono já começou e vai movimentar trilhões de dólares nas próximas décadas.
O Brasil pode escolher ficar de fora, assistindo de camarote, ou pode entrar no jogo e ser um dos principais protagonistas. A janela de oportunidade está aberta, mas não vai ficar assim para sempre. Ou a gente agarra esse bonde agora, ou vamos ficar pra trás contando vantagem do que poderia ter sido.
E aí, vamos topar o desafio?