
Parece que finalmente a conta vai fechar para o lado certo. Belém, aquela cidade que sempre foi porta de entrada para a Amazônia, agora mira um título bem mais ambicioso: capital financeira da economia verde. E não é conversa fiada não.
O prefeito Edmilson Rodrigues — sim, aquele mesmo que conhece cada esquina da cidade — tá com um brilho nos olhos que não é só de esperança. É de convicção mesmo. A COP30, marcada para 2025, não vai ser só mais uma reunião de gente importante discutindo o futuro do planeta. Na visão dele, é a chance de ouro para a capital paraense liderar de vez o nascente mercado de créditos de carbono.
Não é Sobre Árvores, é Sobre Oportunidades
Ora, pense comigo: enquanto o mundo inteiro corre atrás de soluções para frear o aquecimento global, a região amazônica segue ali, imponente, oferecendo o que ninguém mais tem. O pulmão do mundo, como sempre chamaram. Só que agora, em vez de só admirar a paisagem, a ideia é colocar valor nesse serviço ambiental.
"Temos a maior floresta tropical do mundo praticamente no nosso quintal", me disse o prefeito, com aquela mistura de orgulho e pragmatismo que só quem é daqui entende. "A COP30 é o palco perfeito para mostrarmos ao mundo que Belém não é apenas anfitriã, mas protagonista nessa nova economia."
O Jogo Financeiro que Poucos Entendem
Crédito de carbono — a expressão soa técnica, distante. Mas na prática, é mais simples do que parece. Empresas que emitem muitos gases poluentes podem comprar "créditos" de quem preserva floresta. É como se a Amazônia estivesse prestando um serviço de limpeza atmosférica para o planeta. E alguém tem que pagar por isso, não é?
- Posicionamento estratégico inigualável
- Infraestrutura que já está sendo preparada
- Know-how local sobre a floresta que nenhum outro lugar tem
Belém reúne todos os ingredientes para ser o centro dessa negociação toda. E o timing? Perfeito. Com a regulamentação do mercado de carbono avançando no Congresso, a cidade chega na hora certa — nem antes, nem depois.
Além do Evento: O Legado que Fica
Aqui é onde a coisa fica interessante. Muita gente pensa que conferência internacional é só sobre os dias do evento — hotéis cheios, restaurantes movimentados, aquela agitação passageira. Mas o prefeito enxerga mais longe.
O verdadeiro tesouro está no que acontece depois que as delegações internacionais voltam para casa. Instituições financeiras especializadas, centros de pesquisa, empresas de tecnologia verde — tudo isso tende a se estabelecer onde o assunto é levado a sério.
Não me surpreenderia nada se, daqui a cinco anos, Belém estiver para o mercado de carbono assim como São Paulo está para o mercado financeiro tradicional. O norte, finalmente, ditando as regras de um jogo econômico do futuro.
E sabe o que é mais irônico? Enquanto o sul e sudeste se afogam em discussões teóricas, aqui no Pará a gente já vive a realidade da floresta há séculos. Só faltava o mundo perceber o valor disso. Parece que a hora finalmente chegou.