
Eis uma ironia que não passou despercebida: o mesmo açaí que será banido dos espaços oficiais da COP30 em Belém do Pará em 2025 — sob alegações de "impacto logístico" — virou sensação nos stands da COP28 em Dubai. Quem diria, hein?
O paradoxo do açaí globalizado
Enquanto nossos burocratas preparam restrições ao símbolo da Amazônia, os sheiks e delegados internacionais pagavam até US$15 por tigelas da iguaria roxa. "É o novo superalimento", dizia um cartaz em árabe no pavilhão brasileiro — sem nenhum constrangimento.
Detalhe curioso: o produto vendido nos Emirados vinha justamente do Pará, o mesmo estado que em breve dirá "não" ao fruto em seu maior evento internacional. Alguém explica essa lógica?
Entre acordos climáticos e tigelas de açaí
- Versão premium: O açaí servido em Dubai incluía toppings como frutas exóticas e até folhas de ouro comestível
- Falta de planejamento: Fontes da organização da COP30 alegam que a proibição se deve à dificuldade de garantir cadeias de fornecedores sustentáveis
- Contraste cultural: Enquanto isso, turistas árabes postavam selfies com açaí no Instagram com hashtags #AmazonRainforest
"É como proibir pão francês num evento em Paris", comentou um chef brasileiro que trabalhou no evento, pedindo anonimato. A gente até entende preocupações com sustentabilidade, mas cadê o planejamento antecipado?
O Ministério do Meio Ambiente emitiu uma nota dizendo que "a logística da COP30 exigirá medidas especiais". Já os produtores paraenses? Estão vendo a contradição com os próprios olhos — e calculando os prejuízos.