
O relógio não para. E o tic-tac eleitoral já soa como um alerta vermelho para milhões de brasileiros. Estamos a exatamente um ano das eleições de 2026, e sabe qual é o número que está tirando o sono da Justiça Eleitoral? Vinte milhões. Isso mesmo, vinte milhões de pessoas ainda não fizeram o cadastramento biométrico.
Parece exagero? Não é. Esses eleitores — que representam nada menos que 14% do total do país — correm o risco real de chegar nas urnas e... não poder votar. Imagine a cena: você vai exercer seu direito, mas descobre que seu título não vale mais. Frustração total.
O prazo está correndo — e rápido
A situação é especialmente preocupante em alguns estados. No Pará, a coisa está feia — 44% dos eleitores estão com a biometria pendente. No Maranhão, são 37%. Amazonas segue com 35%. São números que beiram o absurdo, se considerarmos que o prazo final é dezembro deste ano.
E olha, não adianta deixar para a última hora. Os cartórios eleitorais já estão com filas que lembram aquelas de final de ano em shopping. Só no primeiro semestre, 3,5 milhões se cadastraram. Mas a conta não fecha — precisaríamos de um ritmo muito mais acelerado.
Por que tanta gente deixou para depois?
Boa pergunta. Alguns acham que é burocrático demais. Outros, que dá tempo. Tem ainda quem nem sabe que precisa atualizar o cadastro. O problema é que a biometria não é opcional — é obrigatória desde 2018 para todos os eleitores.
O que muita gente não percebe é que isso vai além do voto. Sem o cadastro atualizado, você pode ter problemas para:
- Emitir passaporte
- Fazer matrícula em universidades públicas
- Participar de concursos públicos
- Obter empréstimos em bancos públicos
Ou seja, o prejuízo pode ser bem maior que apenas não votar.
E agora, o que fazer?
Calma, ainda dá tempo. Mas você precisa se mexer — e rápido. A primeira coisa é verificar a situação do seu título no site do TSE ou no aplicativo e-Título. Se estiver pendente, corra para o cartório eleitoral mais próximo.
Leve seus documentos: título eleitoral (se tiver), RG e CPF. O processo em si é rápido — não demora mais que 15 minutos. O complicado mesmo é a espera, então tente ir em horários alternativos.
O que me preocupa — e deveria preocupar a todos — é que estamos falando de democracia. Cada eleitor que fica de fora é um pedaço da nossa voz coletiva que se cala. E em um momento político tão polarizado, cada voto conta mais do que nunca.
Resta saber: será que o brasileiro vai acordar a tempo? Ou vamos ver, em 2026, milhões descobrindo na porta da seção que ficaram de fora do jogo democrático? A resposta, como tudo na política, está nas mãos — ou melhor, nas digitais — de cada um de nós.