
O caso é daqueles que dão calafrio. A ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Maria Thereza de Assis Moura, não deixou dúvidas sobre sua posição: defendeu a condenação do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), José Gomes Graciosa, a nada menos que 21 anos de prisão. E olha que a história é complexa - envolve lavagem de dinheiro e desvios que beiram os R$ 6,5 milhões.
Parece filme, mas é a pura realidade. A votação aconteceu nesta terça-feira (1º) e pegou todo mundo de surpresa. A relatora foi direta ao ponto - segundo ela, as provas contra Graciosa são mais do que suficientes para mantê-lo atrás das grades por um bom tempo.
O que diz a acusação?
O buraco é bem mais embaixo. A investigação aponta que o conselheiro teria usado sua influência no TCE-RJ para desviar recursos públicos através de contratos fraudulentos. Uma verdadeira teia de irregularidades que se estende por anos.
E não para por aí. A esposa dele, Alba Valéria, também está no meio dessa confusão toda. A acusação sustenta que ela teria ajudado a esconder o dinheiro desviado - uma participação que pode custar caro.
Empresa no centro do furacão
A coisa fica ainda mais complicada quando entra em cena a Concremat Engenharia. Sim, uma das maiores empresas do setor no país está envolvida nesse imbróglio. A acusação é de que a empresa teria participado do esquema de lavagem, servindo como um dos canais para "limpar" o dinheiro sujo.
Imagina o tamanho do problema? São múltiplas camadas de irregularidades que a relatora do STJ analisou com lupa.
Os números assustam
Quando a gente para para olhar os valores, é de cair o queixo. Estamos falando de R$ 6,5 milhões em desvios - dinheiro que, em tese, deveria estar sendo usado para melhorar a vida dos cariocas. Uma fortuna que simplesmente evaporou.
A defesa, claro, nega tudo. Mas a ministra Maria Thereza não se convenceu. Ela examinou cada detalhe do caso e chegou à conclusão de que as provas são robustas, muito robustas mesmo.
E agora, o que esperar?
O voto da relatora é apenas o primeiro passo. Agora, os outros ministros do STJ vão analisar o caso e dar seus próprios votos. É uma decisão que pode mudar completamente a vida de todos os envolvidos.
Enquanto isso, o conselheiro José Gomes Graciosa segue exercendo seu mandato no TCE-RJ, mas com essa espada de Dâmocles sobre a cabeça. São 21 anos de prisão em jogo - uma sentença que, se confirmada, praticamente significa o fim da linha para qualquer carreira pública.
O caso serve como um alerta. Mostra que, mesmo em instâncias superiores, a Justiça está de olho. E quando as provas aparecem, as consequências podem ser severas. Muito severas.
O Rio de Janeiro, mais uma vez, se vê no centro de um escândalo que mistura poder público e dinheiro. Uma combinação que, infelizmente, já conhecemos bem demais.